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Publicado em 04/04/2013
A queda da participação da indústria da transformação no Produto Interno Bruto
(PIB) brasileiro vem desde a década de 1980 – de uma média de 33% das riquezas para 16%, nos últimos
dez anos. O fato, somado ao avanço do setor de serviços para quase 70% do PIB em 2012, evidenciaria o fenômeno
da desindustrialização, um processo normal de transição de base econômica em um país,
não fossem algumas particularidades brasileiras. Para analistas, o Brasil não está preparado para ser
“desindustrializado”, e continuará a crescer a passos de tartaruga se não trocar o modelo de incentivo
ao consumo interno pelo de investimento e desenvolvimento da indústria.
A principal particularidade
que diferencia a desindustrialização brasileira do padrão descrito nos livros de Economia, segundo Gilmar
Mendes Lourenço, economista e diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social
(Ipardes), está no fato de a indústria do país não ter completado o terceiro estágio de
sua evolução – aquele em que a atividade fica baseada no uso de insumos petroquímicos e na manufatura
e com alto nível de conhecimento tecnológico próprio.
No Paraná, o setor têxtil é o mais afetado. O cenário difícil de alta carga tributária e falta de infraestrutura, combinado à enxurrada de produtos asiáticos baratos que desembarcam por aqui, acertou em cheio a indústria têxtil brasileira e em especial a do Paraná, que tem o segundo maior polo do ramo no país.
Pelos dados da Fiep, a Federação
das Indústrias, o gênero é o que sofreu a maior regressão nas vendas nos últimos
dez anos. Elas caíram 73%, com a maior parte das empresas desistindo do comércio exterior. O número contrasta
com nichos como o de veículos automotores e alimentos e bebidas, que avançaram bastante no mesmo período
– 119% e 79%, respectivamente.
A indústria têxtil também tem um dos menores índices
de uso da capacidade instalada do estado: 50%.
O papel da indústria é importante porque ela ainda é o setor da economia com maior poder de encadeamento
– de trazer o restante da economia consigo – e de gerar produtos e emprego de maior valor agregado a partir de uma base concreta: conhecimento
e produção tecnológica. O crescente setor de serviços tem gerado, por enquanto, uma base
de emprego pouco qualificada e de baixa remuneração.
Foco
Mais que a necessidade de se fazer as reformas estruturais necessárias, especialmente
a tributária, e de se promover os investimentos públicos e privados, os analistas sugerem que é preciso
focar. “Não podemos querer produzir todos os bens industriais no Brasil. Temos de focar em alguns segmentos mais
dinâmicos para que sejamos competitivos internacionalmente nestes. Ou seja, a política de conteúdo nacional
[adotada hoje] é uma estratégia que acaba tornando nossa indústria menos competitiva”, opina Nakabashi.
Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.
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