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Publicado em 28/01/2013
O Comunicado de 19 de julho de 2012, do IBAMA, restringe o uso dos agrotóxicos que contenham o ingrediente ativo Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina ou Fipronil, na modalidade de aplicação por pulverização aérea. Estes agrotóxicos são usados no controle do percevejo de culturas como algodão, arroz, cana-de-açúcar, soja e trigo. A restrição foi parcialmente revogada pelo IBAMA e a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, através do Ato n.º 1, de 2 de Outubro de 2012. Agora os deputados querem que ela seja totalmente revogada (PDC 809_2012), com a justificativa de que “não há estudos no Brasil que comprovem ou justifiquem o risco iminente à flora, a fauna ou a seres humanos” (leia).
O Comunicado emitido pelo IBAMA em meados de 2012 segue tendências da União Europeia (EU), onde alguns países proibiram ou suspenderam o uso de alguns destes inseticidas, pertencentes ao grupo químico dos neonicotinoides (mais informações aqui). A Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos (EFSA, nas iniciais em inglês) publicou recentemente um estudo em que avalia como “alto e grave risco" para as abelhas na forma pela qual os inseticidas Clotianidina e o Imidacloprido (do grupo químico dos neonicotinoides) são aplicados a cereais, algodão, canola, milho e girassol.
Os estudos realizados até o momento não comprovam em definitivo os efeitos dos inseticidas na chamada DCC (Desordem do Colapso da Colônia), que vem sendo relatada desde 2007 por apicultores de diversos países. A indústria de pesticidas e outros cientistas dizem que as doenças e as mudanças ambientais é quem são os responsáveis.
Para estudar o efeito mais a fundo, a EFSA propôs “uma avaliação de risco muito mais abrangente para o caso das abelhas”. O IBAMA, por sua vez, apresentou em final de 2012 uma “Proposta metodológica de acompanhamento” para o estudo do efeito dos agrotóxicos sobre as abelhas silvestres no Brasil.
O controle biológico de pragas pode ser uma alternativa ao uso de agrotóxicos. Com a proibição da fabricação do inseticida Endosulfan, utilizado no controle do percevejo marrom da soja, a USP-Esalq, em parceria com outras instituições, está desenvolvendo uma técnica inovadora para o controle biológico da praga. Segundo o pesquisador José Roberto Parra, professor do departamento de entomologia e acarologia da USP-Esalq,”a técnica deve ser repassada para a indústria, ou seja, para quem quiser fazer uso dela. Uma vez assimilada a tecnologia, eles vão mudar a escala de produção e, dentro de dois ou três anos, ela já poderá ser utilizada”.
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