O que achou do novo blog?
e receba nosso informativo
Publicado em 08/01/2013
Nas últimas décadas, cientistas vêm estudando a possível associação entre pesticidas e a doença neuro-degenerativa Parkinson. Um dos grupos de pesquisa no assunto é a equipe de neurologistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), que demonstrou que os químicos paraquat, maneb e ziram, e, mais recentemente, também o benomyl, estão relacionados com o aumento da doença (leia mais).
Segundo reportagem publicada na Gazeta do Povo em outubro de 2012, dos 50 produtos químicos mais aplicados na agricultura, 22 são proibidos pela União Europeia e Estados Unidos, mas continuam sendo largamente utilizados em território brasileiro, apesar dos riscos que oferecem à saúde. Desde 2008, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta para a necessidade de vetar o uso dessas substâncias, mas somente com o veto de países a produtos brasileiros cultivados com alguns agrotóxicos, é que a discussão ganhou corpo. A agência estuda proibir dez substâncias (veja matéria na íntegra).
“Após a revolução verde estamos vivendo a revolução vermelha. É um modelo químico-dependente que está causando um sério problema à saúde. Há evidências científicas disso há muito tempo”, afirma o pesquisador da Universidade Federal do Mato Grosso Wanderlei Pignati, que coordenou um estudo sobre agrotóxicos.
Em 2012, o Brasil retirou o pesticida endosulfan do mercado, por recomendação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), depois que vários estudos demonstraram sua extrema toxicidade por contato com a pele ou inalação. A medida foi adotada por representantes de 127 países reunidos em Genebra, em 2011 (leia). Apesar de ser altamente perigoso para o ser humano, o uso do endosulfan estava generalizado na agricultura em cultivos como algodão, café, chá, tabaco, tomate, cebola, batata, maçã e manga, entre outros produtos.
Dentre as complicações mais conhecidas que podem ser causadas pela exposição ou consumo de agrotóxicos estão disfunções hormonais (infertilidade, puberdade precoce, disfunções da tireóide, entre outros), câncer (de mama, além de alguns casos de leucemia, linfomas e mielomas múltiplos) e, mais recentemente, a associação com a ocorrência do Mal de Parkinson.
Por estes e outros motivos (alto custo do modelo atual e dependência de fornecedores de insumos, em geral grandes multinacionais), faz-se urgente pesquisar alternativas ao uso dessas substâncias na agricultura. Poucos produtos estão disponíveis no mercado atualmente e o seu uso ainda é restrito a pequenas áreas.
Envie para um amigo