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As pesquisas para produção de etanol vão desde plantas até baratas

Publicado em 13/11/2012

A Embrapa estuda plantas alternativas, enquanto que um grupo de pesquisadores da UFRJ conseguiu isolar enzimas de baratas adaptadas ao consumo de bagaço de cana.

Atualmente a produção de etanol no Brasil tem como principal matéria-prima a cana-de-açúcar. Em vista da escassez desta matéria-prima, pesquisadores e empresas buscam alternativas para produção do chamado "Etanol 2G" ou etanol de 2ª geração.

A Embrapa Agroenergia está testando microrganismos isolados na Argentina, a serem utilizados no desenvolvimento do processo de produção de etanol celulósico (2G). Por ainda ser de alto custo, a produção de enzimas continua sendo o principal entrave à viabilidade econômica deste processo e os pesquisadores da Embrapa buscam alternativas mais econômicas às existentes atualmente. Os pesquisadores argentinos que cooperaram com a Embrapa estão buscando espécies produtoras de celulases em florestas nativas e plantadas da Argentina. Além da prospecção de microrganismos, o Instituto está utilizando a metagenômica, uma metodologia que permite identificar genes de microrganismos que não podem ser cultivados em laboratório.

Por outro lado, um grupo de pesquisadores da  Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estuda a obtenção de enzimas capazes de degradar o bagaço de cana, que estão sendo obtidas do sistema digestivo de duas espécies de barata: a Periplaneta americana, espécie comum e encontrada em esgotos e escondidas nas casas; e a Nauphoeta cinerea, um tipo de barata da América Central, mas que hoje é encontrada em vários lugares do globo. O professor Ednildo de Alcântara Machado, do Instituto de Biofísica da UFRJ avalia que o projeto é promissor, tendo em vista a facilidade com que os insetos adaptam a produção das enzimas do sistema digestivo à dieta oferecida.

Para o grupo, um dos próximos passos é estudar como retirar partes do DNA dos insetos que definem a produção destas enzimas, para inseri-los em bactérias por manipulação genética. Os micróbios "transgênicos" poderiam então produzir as enzimas e degradar a biomassa em escala industrial.

Para saber mais leia [artigo 1] e [artigo 2].

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