4ª Conferência Estadual de Meio Ambiente define 20 propostas para a gestão de resíduos sólidos
Publicado em 11/09/2013
As propostas incentivam sustentabilidade, geração de empregos e educação ambiental
Na semana passada foi realizada em Foz do Iguaçu a 4.ª Conferência Estadual de Meio Ambiente, na qual
foram definidas as 20 propostas do Paraná para o gerenciamento e o tratamento dos resíduos sólidos. Entre
as soluções estão o incentivo a produção e o consumo sustentáveis, redução
dos impactos ambientais, geração de empregos e renda e reforço a educação ambiental. O
documento será apresentado na Conferência Nacional de Meio Ambiente, em Brasília, em outubro.
O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, afirmou que as propostas do Paraná
foram escolhidas de forma democrática, a fim de atender todas as regiões do estado. A inclusão da regulamentação
por maior prazo de garantia de produtos e maior compatibilidade de peças no Código de Defesa e o estímulo
da reutilização de resíduos na construção civil são exemplos das propostas definidas
na conferência.
A solução encontrada para os municípios que não possuem recursos suficientes para a implantação
de aterros sanitários foi a criação de consórcios intermunicipais. Guarapuava é uma das
cidades que irá aderir ao sistema de consórcio, recebendo o lixo gerado por 15 municípios, atendendo
330 mil pessoas.
As propostas apresentadas na conferência estadual começaram a ser levantadas em julho, quando conferências
municipais e intermunicipais de mais de 200 munícipios apontaram 3.740 sugestões. Desta forma, elas passaram
por uma primeira seleção em conferências macrorregionais, totalizando 120 apresentadas na Conferência
Estadual.
O estado do Paraná possui em sua Política Estadual de Resíduos Sólidos o programa Paraná Sem Lixões, que possui no comitê gestor representantes de órgãos
estaduais que executam ações relacionadas ao saneamento ambiental e à produção de energia
a partir do lixo. Entre eles estão a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, o Instituto Ambiental
do Paraná (IAP), Instituto das Águas do Paraná , além do Provopar, Sanepar, Copel, Fomento Paraná
e Ministério Público.
A situação atual do Paraná é a geração de 20 mil toneladas de lixo todos
os dias, sendo que 40% dos resíduos sólidos são destinados inadequadamente. Dos 399 municípios,
214 ainda possuem lixões e apenas a metade têm programas de coleta seletiva. Programas de compostagem são
realizados somente por 6% destes municípios.
PROPOSTAS DA 4.ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE:
- Incluir no Código de Defesa do Consumidor uma regulamentação por prazo de maior garantia de bens
de consumo e garantir a compatibilidade de peças com o objetivo de combater a obsolência programada.
- Estimular técnicas de reutilização de resíduos na construção civil com produtos
e técnicas que reduzam o uso de recursos naturais.
- Fomentar o estudo e disponibilizar recursos para novas tecnologias na área de compostagem de resíduos
sólidos urbanos e rurais orgânicos, bem como dos líquidos em biodigestores.
- Cumprimento da logística reversa nos editais de licitação.
- Fomentar o desenvolvimento de processos e implementar tecnologias sustentáveis para que o tratamento de todos os
tipos de resíduos por meio de parcerias intersetoriais, criando a disponibilidade de recursos para pesquisas em instituições
públicas, privadas, cooperativas e atores sociais.
- Pontos de coleta de reciclagem: implementar, fomentar e ampliar programas com ações de separação
e coleta.
- Fomentar e assegurar a criação de cooperativas de catadores e trabalhadores da reciclagem, baseado na economia
solidária.
- Criar e garantir o cumprimento de leis municipais, estaduais e federais que viabilizem o acesso à seguridade social
e a inclusão socioeconômica das cooperativas e associações.
- Garantir o sistema de logística reversa no pós-consumo.
- Desenvolver projetos e aprovar leis que incentivem a construção de biodigestores.
- Investimento das três esferas do Estado na estruturação das organizações de catadores
em sua infraestrutura básica de coleta e triagem.
- Implantação do Centro Municipal de Educação Ambiental com aproveitamento da área verde
dos municípios para práticas multidisciplinares permanentes de educação ambiental.
- Promover formação continuada dos profissionais de educação em educação ambiental.
- Desenvolver programa de educação ambiental contínuo em escolas, comunidades e empresas.
- Desenvolver campanhas educativas continuadas massificadas e pró-ativas.
- Criar política de redução de embalagens por parte dos fabricantes com processos que eliminam ou reduzem
os resíduos ou permitem o reúso das reciclagem em versão biodegradável.
- Eliminar a tributação da industrialização ou comercialização dos reciclados
e criar incentivos fiscais e selos verdes aos setores que implantarem ações voltadas à produção
e consumo sustentáveis.
- Implementar e regulamentar políticas públicas de incentivo à produção e consumo de
produtos e serviços ecologicamente corretos.
- Tornar obrigatória como disciplina do currículo escolar a educação ambiental em todos os níveis
de escolaridade .
- Incentivar o eco design e a análise do ciclo de vida dos produtos através de certificação
com selo ambiental
Fonte: SEMA
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