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VII Fórum da Indústria Automobilística projetou o cenário atual e futuro

Publicado em 05/04/2016

Saiba mais sobre os principais temas de discussão no evento

Por: Aline Bortoluzzi – Observatórios SESI/SENAI/IEL

A VII Edição do Fórum da Indústria Automobilística foi realizada em 28 de março, em São Paulo, promovida pela Automotive Business. O evento reuniu atores estratégicos do Setor em painéis de debates e Workshops. Pesquisas eletrônicas, em tempo real, serviam como termômetro do Setor em crise e baseavam as discussões.  A equipe técnica dos Observatórios SESI/SENAI/IEL esteve presente na ocasião, realizando o monitoramento das variáveis da publicação "Cenários da Indústria Automotiva: Região Metropolitana de Curitiba e RMC 2020", utilizada como base para este trabalho de Articulação.

Fórum Automotive Business

- Palavra da Anfavea

Luiz Moan, ao fim de seu mandato como presidente da Anfavea, esteve presente  na abertura do evento trazendo um panorama geral. “Erramos na projeção que fizemos no início de 2015, acreditávamos que até março de 2016 iria ter algum crescimento, mas isso não aconteceu”, lamentou. Com relação aos empregados, em 2015, montadoras tiveram queda de 9% e autopeças de 15%. Sobre a Argentina, principal importador do Brasil, Moan comentou que ainda estão tentando acordo, mas que, provavelmente, não será totalmente livre. Esse seria um dos fatores pela baixa projeção de crescimento das exportações pela Anfavea.

Sobre negociações com o governo, Moan citou a falta de abertura atual para qualquer tipo de negociação. Houve crítica pelo fato de o Brasil possuir a maior carga tributária sobre o preço de automóveis do mundo. Moan revelou que o que estão pedindo atualmente ao governo não é o fim da carga tributária, mas, minimamente, a equivalência de impostos a países da Europa, que ainda são muito maiores que dos EUA, por exemplo. Moan também ressaltou que, apesar da queda do Brasil no ranking mundial do setor automobilístico, de 4° para a 7°, o setor está com cerca R$ 36 bi em investimentos anunciados (dede 2012).

- Projeções dos consultores

Consultores do Setor Automotivo trouxeram resultados e projeções preocupantes para o ano corrente e outros períodos que estão por vir. Fernando Trujillo da IHS Automotive, apresentou projeção de queda de 24% em 2016, regresso a um cenário de 10 anos atrás e, para os próximos 2 anos,  um crescimento vegetativo. Fernando enfatizou a inflação como grande impacto no poder de compra da população. A projeção da IHS para estabilização da demanda de veículos está apenas para o ano de 2023. Porém, ele categoriza dois fatores como oportunidades atuais: a alta do dólar e Inovar-Auto.

O consultor Vitor Klizas, da Jato Dynamics, trouxe as indagações: "qual o custo de ter e manter um carro? Estamos oferecendo vantagens ao consumidor?". Analisando fatores como revisões, manutenção, seguro, juros, documentação, financiamento, etc., o custo que o consumidor paga pela propriedade e uso deste produto pode variar, em 36 meses, entre 40% a 50% do valor pago pelo veículo no momento da compra.

- Pesquisa eletrônica em tempo real

Durante o evento, os presentes responderam a pesquisas em tempo real. Os resultados retratavam o que os vários profissionais e especialistas do Setor estão atravessando no momento. Uma das questões mais alarmantes foi, quando perguntado o que as empresas fariam para amenizar as perdas na crise. 59% do público respondeu que iria demitir e adotar medidas de redução nas jornadas de trabalho.

Quando questionado sobre a ociosidade nas empresas em 2016, a maioria retornou com a projeção entre 30% e 50% no ano de 2016. Sobre haver conhecimento de algum programa de ajuda a fornecedores, 52% responderam que não sabiam de nenhum. Quanto ao principal fator que as Autopeças estão necessitando atualmente, a maioria respondeu sobre a falta de margem das montadoras.

- Inovar-Auto

Segundo Paulo Butori, o Programa Inovar-Auto não trouxe resultados aos fabricantes de autopeças.  "As montadoras se complicaram, as autopeças se prepararam, fizeram investimentos e nada aconteceu , só travou a importação de carros ", lamenta. Butori explica que o Programa de Rastreabilidade é, em teoria, muito bom, mas ainda não é possível dar resultados concretos.  

Para Antônio Carlos Vischi, diretor de compras da PSA Pegeout, “deve-se solucionar o câmbio, Inovar-auto  é importante, mas não é ele que decide a localização de peças e sim, o câmbio”. Na pesquisa eletrônica realizada durante o painel, 50% dos participantes opinaram que, até o momento, o Programa não trouxe vantagens, sendo que 30% acredita que trouxe, porém, somente para montadoras.

- Pesados: Renovação de Frota e Finame PSI

Carlos Reis, diretor da Carcon Automotive, também falou sobre o custo de propriedade de veículos, com foco nos pesados. Demonstrando as vantagens e resultados de um possível programa bem estruturado de Renovação da Frota, apresentou sua análise. A substituição de um caminhão semipesado com 5 anos de uso, dado como entrada na compra de um semipesado novo, representa economia de cerca de R$ 40 mil. Se 10% dos proprietários desses caminhões, com idade entre 6 a 10 anos, optassem pela substituição de seus veículos, buscando redução de custos operacionais, isso adicionaria 54 mil unidades no volume de mercado de 2016.

Os Pesados estão com mercado de 1999, com custos de produção de 2016. No painel de pesados, o PSI – Finame foi citado como fator que ajudou o crescimento do segmento, porém, também trouxe como consequência , uma inflamação no mercado. Os especialistas do Painel, em consenso, não acreditam que o Programa de Renovação de Frota deva sair este ano. "No atual momento, o governo não está disposto a arcar com nada, não estamos com esperança de que saia este ano e ainda não sabemos quem irá pagar a diferença. Nem mesmo a inspeção veicular ocorre", acrescenta Marco Borba, vice-presidente da Iveco Latin America. Pesquisa realizada durante o Painel demonstra que os fatores que mais influenciam o segmento de caminhões em 2016 é a crise política e crise econômica.

- A crise: oportunidade e reinvenção de negócios

O economista do Bradesco, Octavio de Barros, em tom mais otimista que os demais convidados, colocou seu ponto de vista, com base em estatísticas e séries históricas, que o país acompanha uma tendência mundial , onde a "economia está sem locomotiva". Segundo Octavio, em relação à capacidade e tecnologia existente, a "produção mundial nunca esteve tão ociosa". Para o economista, "o Brasil está temporariamente fora do jogo, mas volta logo ao campo" .

Letícia Costa, sócia-diretora da Prada Assessoria, elencou as três crises atuais: política, econômica e moral, relembrando: “já passamos por isso antes e demoramos 10 anos para nos recuperar”. Segundo sua análise, as consequências serão drásticas, a cadeia irá sofrer uma reestruturação, as empresas que não resistirem  irão sair do cenário ou entrar em  recuperação judicial, bem como, as concessionárias já enfrentam grandes problemas.

A especialista chamou a atenção dos presentes sobre necessidades mais pontuais: “estamos focados na crise, mas também precisamos focar no day after, quando a crise acabar". Letícia alertou os participantes, de que as empresas não devem parar os investimentos em melhorias e novas tecnologias; devem entrar cada vez mais no cenário internacional, com competência para tal, e estar preparadas para quando a crise acabar.

Para baixar aos arquivos das apresentações feitas durantes o Fórum, clique aqui.

Para ter acesso à publicação "Cenários da Indústria Automotiva: Região Metropolitana de Curitiba e RMC 2020", estudo com base nas principais variáveis do Setor Automotivo, citada no início desta matéria, clique aqui.

 

 

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