Publicado em 12/04/2015
A VI Edição do Fórum da Indústria Automobilística foi realizada em 06 de abril, no Golden Hall do Hotel Sheraton, em São Paulo. Promovido pela Automotive Business, o evento reuniu, em um só dia, atores estratégicos do Setor em painéis de debates e palestras. A equipe técnica dos Observatórios SESI/SENAI/IEL esteve presente na ocasião. Com teor interativo, os presentes participaram através de pesquisas eletrônicas instantâneas que respondiam à questões latentes.
Momento de crise
(Variável 1 “Econômico – Comércio Internacional do Setor”)
Em um cenário de crise econômica no país, sobretudo no setor automobilístico, somado a outros fatores como taxa cambial instável, estagnação do PIB, etc., a preocupação era sentida em geral nas apresentações e debates.
Em pesquisa eletrônica, os presentes deixaram claro a pouca esperança de melhora no próximo ano: 45% dos participantes acreditam que a retomada de negócios acontecerá apenas em 2017. Também em pesquisa, o público elegeu os dois principais problemas no setor atualmente: excesso de tributos e margens reduzidas nos fornecimentos
Inovar-Auto e rastreabilidade
(Variável 6 – “Governo – Política Industrial para o Setor")
O Sr. Luiz Moan, presidente da Anfavea, comentou sobre o Inovar-auto e criticou seu caráter ainda experimental, para ele, o programa já deveria estar sendo introduzido oficialmente nas empresas do setor. Moan acrescentou que o Inovar–Auto não veio para beneficiar os concorrentes de fora do país e sim, os brasileiros. Paulo Butori, presidente do Sindipeças, também esteve presente e declarou que o Inovar-Auto vem criando uma corrida predatória, principalmente entre os novos entrantes internacionais versus as empresas do país que terão que se adequar.
Os novos cenários para a indústria automobilística
(Variável 8 – “Indústria Automotiva – Cadeia de Suprimentos”)
A especialista Letícia Costa, da Prada Assessoria, apresentou seu panorama. Ela afirmou que as indústrias do setor no país tem se preocupado somente com o mercado nacional, não penetrando no internacional e, consequentemente, investindo pouco em competitividade de produtos. Letícia criticou a ociosidade das empresas, que utilizam apenas 50 % de sua capacidade, uma vez que poderiam usar 75%.
“O setor automotivo no Brasil sempre foi oportunista e não sistemista", critica ao explicar que só são adotadas medidas a curto prazo. A especialista também colocou em pauta o mercado de reposição de peças, pouco explorado pelas fabricantes e que seria muito mais rentável, em sua opinião. Letícia finalizou sua palestra definindo os pontos cruciais que deveriam ser cumpridos, em sua opinião: ajuste fiscal, não-alteração das regras do Inovar-Auto, visão de Cadeia, infraestrutura de exportação e fim do mercado protecionista brasileiro.
Durante o Workshop "Cadeia de Suprimentos", o diretor de compras da Volkswagen do Brasil, João Pimentel, sintetizou: "Eu desejo um produto fabricado do lado da minha fábrica, mas acima de tudo, competitivo".
Renovação da frota de pesados
(Variável 17 – “Produto Automotivo – Características da Frota”)
Os principais representantes do segmento de pesados debateram quais estratégias estão usando para retomar o ano difícil que passaram. Entre eles, Ford Caminhões, Volvo do Brasil, Iveco, Scania e Mercedez-Benz.
A situação dos pesados é a mais preocupante, a frota se encontra defasada, apresentando grandes riscos de acidentes, altos índices de emissão de poluentes, baixa eficiência energética, entre outros problemas. Segundo Moan, a política de renovação da frota está em pauta entre Anfavea e governo e a tendência é que seja acordada ainda este ano.
O plano inicial é que se tire de circulação os veículos acima de 30 anos de idade, e que sejam 30 mil unidades/ano tiradas de circulação. Mesmo em crise, os grandes continuam a investir em ampliações, engenharia e P&D, pois acreditam que não se deve planejar somente a curto prazo somente e sim, pensar no futuro.
Para baixar aos arquivos das apresentações feitas durantes o Fórum, clique aqui.
Para ter acesso à publicação "Cenários da Indústria Automotiva: Região Metropolitana de Curitiba e RMC 2020", estudo com base nas principais variáveis do Setor, citadas nesta matéria, clique aqui.
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