Publicado em 31/01/2019
O BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, segue como a principal fonte
de recursos para as montadoras que planejam investimentos no Brasil. Dados divulgados pela instituição mostram diversas empresas
automotivas na lista dos maiores tomadores de empréstimos do banco na série histórica que começa em 2004, ao lado de empresas
de energia, de construção civil e até de alguns estados brasileiros.
Entre 2013 e 2015 apenas a FCA ? Fiat Chrysler Automobiles
e a CNH tomaram empréstimos do BNDES. Já nos últimos três anos, seis empresas contrataram financiamentos da instituição: FCA,
Volkswagen (a única a tomar empréstimo do banco em 2018, no valor de R$ 878 milhões para modernizar a fábrica da Anchieta,
no ABC), Renault, Scania, Ford e MAN Latin America - agora Volkswagen Caminhões e Ônibus.
PROJETOS DE EXPANSÃO |
Quando analisada a série histórica completa, a FCA aparece como a montadora que mais tomou
empréstimos do BNDES. No total a companhia financiou pouco mais de R$ 10 bilhões com o banco entre 2011 e 2016. Com este valor,
a empresa fica na 10ª colocação no ranking geral, atrás de companhias como Petrobras e Embraer. O montante contratado pela
empresa foi aplicado na construção da Polo Automotivo Jeep, em Goiana (PE), na modernização da fábrica do grupo em Betim (MG)
e no desenvolvimento de novos produtos.
A Mercedes-Benz
é a segunda fabricante de veículos que mais demandou recursos do banco de fomento. Foram R$ 5,9 bilhões em dois contratos,
em 2010 e em 2013, aportados na divisão de caminhões, em projetos como a modernização da fábrica de São Bernardo do Campo
(SP) e a transformação da planta de Juiz de Fora (MG) para a produção de veículos comerciais.
Uma série de outras fabricantes de veículos aparece na lista de companhias que
financiam investimentos por meio do BNDES: CNH Industrial, Ford, Volkswagen, Renault, Scania, MAN, General Motors, Hyundai
e Toyota.
INVESTIMENTO ATUAL DA GM NÃO ESTÁ NA LISTA |
A GM é está entre as montadoras que anunciaram os investimentos mais generosos no Brasil
nos últimos anos: um total de R$ 13 bilhões entre 2014 e 2019. Apesar do projeto ambicioso, a companhia não toma empréstimo
do BNDES há um bom tempo, desde 2009. Com isso, não há qualquer sinal de que a empresa esteja captando recursos para dar suporte
aos projetos anunciados.
É bastante improvável que
a companhia, que acumula prejuízos importantes na América do Sul desde 2016, tenha recursos locais para investir em um plano
de investimentos tão ambicioso. Soa ainda mais distante a possibilidade da matriz da GM estar destinando recursos para região
mesmo com a operação deficitária.
Na verdade, pelo
que a empresa divulgou nos últimos dias, acontece justamente o contrário: o CEO da montadora no Mercosul, Carlos Zarlenga, distribuiu um comunicado aos
colaboradores dando indícios de que a companhia pode deixar o País caso um plano de cortes não seja adotado em
2019 para trazer de volta a lucratividade no Mercosul.
Fonte: Automotive Business
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