Publicado em 21/09/2015
Fonte: Agência Estadual de Notícias
Curitiba avança para ser uma cidade baseada em diversos modelos interligados de transporte, que integrem o historicamente bem-sucedido modal baseado em ônibus e canaletas da cidade com a rede cicloviária e, futuramente, com o metrô. Este cenário foi discutido em 18 de setembro, quando representantes da Prefeitura de Curitiba e dos setores público e privado da França participaram do Congresso Franco-Brasileiro de Mobilidade Inteligente, organizado em parceria com Business France – agência francesa de apoio à internacionalização da economia francesa.
O prefeito Gustavo Fruet salientou o crescimento populacional da cidade e a necessidade de uma estrutura de transportes que atenda à demanda presente e futura. “Assinei hoje o decreto que cria a Área Calma na região central de Curitiba, que terá limite de velocidade de 40 quilômetros por hora. Isso não é ser contra o automóvel, é pensar também no pedestre e no ciclista. O índice de mortes por atropelamento cai muito com a redução da velocidade”, disse.
Para o prefeito, o olhar prioritário da administração municipal deve estar na evolução do transporte público. “Precisamos de um modal de alta capacidade que atenda a Região Sul da cidade. O eixo Norte-Sul já opera próximo do limite de carregamento do modelo atual, de 15 mil passageiros por hora por sentido. O metrô garantirá uma capacidade de até 35, 40 mil passageiros por hora por sentido”.
O projeto do metrô curitibano também foi apresentado no evento. Na primeira etapa, a Linha Azul irá ligar a CIC Sul ao Cabral, em um trecho de 17,6 quilômetros – com previsão de extensão até o Santa Cândida, quando irá perfazer um total de 22 quilômetros.
Hoje, os ônibus do sistema BRT levam cerca de 80 minutos para percorrer todo o trajeto Norte-Sul, do Pinheirinho ao Santa Cândida, tempo que será reduzido para menos de 30 minutos com o metrô. Além disso, com o novo modal, a área da canaleta exclusiva, atualmente utilizada pelo ônibus biarticulado, poderá ser reurbanizada para formar um grande parque linear, com passeios e ciclovias.
O projeto está orçado em R$ 4,7 bilhões, a serem financiados pelas esferas federal, estadual e municipal, e por uma concessionária, por meio de uma parceria público-privada (PPP).
Futuro do BRT
De acordo com o secretário municipal de Planejamento e Administração, Fábio Dória Scatolin, a Prefeitura de Curitiba trabalha para fortalecer o sistema BRT, de canaletas para ônibus, ao mesmo tempo em que trabalha em novas soluções de transporte. “Uma cidade moderna precisa apostar na multimodalidade. Curitiba tem uma história de muito sucesso no transporte sobre pneus e pretendemos continuar investindo no avanço desse sistema. A revisão do Plano Diretor da cidade, que está em análise na Câmara Municipal, prevê mais 80 quilômetros de novos corredores para o futuro da capital”, disse.
Scatolin conta que os vetores da sustentabilidade e da mobilidade sempre estiveram presentes no planejamento urbano de Curitiba. “A cidade investe no metrô e no futuro do BRT, porém avança fortemente em outras direções, como as ciclovias”. Desde 2013, a Prefeitura de Curitiba já implantou 80,16 quilômetros de vias cicláveis. Nesse período, a atual administração municipal ampliou em mais de 60% a rede voltada para a bicicleta que existia anteriormente na cidade – 127 quilômetros implementados entre 1977 e 2012.
Rede integrada
O presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Junior, apresentou as soluções que já estão sendo adotadas em Curitiba. “Temos agora como desafio agora manter a vanguarda, oferecer um atendimento cada vez melhor, ampliar o alcance e a capacidade da Rede Integrada de Transporte, utilizando para isso as novas tecnologias como a eletromobilidade; e os novos modais, como o metrô e o incentivo ao uso da bicicleta”.
Gregório destacou iniciativas como a criação de faixas exclusivas para ônibus, que reduzem o tempo do usuário no trajeto, e a abertura dos dados do sistema de transporte coletivo, que permite a criação de aplicativos baseados nessas informações.
Eletromobilidade
Entre as empresas participantes, o Grupo Renault apresentou o papel do veículo elétrico na mobilidade urbana. A gerente do Instituto Renault e de Mobilidade Urbana Sustentável, Silvia Barcik, apresentou os projetos da empresa na área e conceitos inovadores, como por exemplo o de compartilhamento do automóvel “Por que deixar seu carro parado no estacionamento se você poderia estar ganhando dinheiro ao alugá-lo no período em que ficaria sem uso?”, provocou.
Silvia citou ainda o projeto Ecoelétrico, construído em parceria com a Prefeitura de Curitiba, Itaipu Binacional e Ceiia. A frota compreende veículos puramente elétricos, sendo dez carros, um micro-ônibus utilizados por Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), Guarda Municipal, Instituto Curitiba de Turismo e Secretaria de Meio Ambiente. “Mais de 5 toneladas de CO2 poupadas com essa frota de testes de eletromobilidade da Renault”, disse Silvia.
Também participaram do evento os secretários municipais de Obras Públicas, Sergio Antoniasse, e de Governo, Ricardo MacDonald Ghisi.
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