Publicado em 05/10/2015
Fonte: Gazeta do Povo
Em uma década, as exportações de industrializados do Paraná perderam mercado consumidor e foram substituídas por embarques de produtos com menos valor agregado. Dados de janeiro a agosto de 2005 a 2015 do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que a participação de industrializados passou de 64,5% do total exportado pelo estado para pouco mais de 45%, uma queda de quase 20 pontos porcentuais em dez anos.
Nos primeiros oito meses deste ano, as empresas paranaenses produtoras de industrializados faturaram US$ 4,6 bilhões, dentro de um total de embarques de US$ 10,3 bilhões, considerando produtos básicos e operações especiais. Em 2005, a venda de produtos com maior valor agregado ao exterior gerou US$ 4,3 bilhões, mas a fatia de participação da modalidade era bem maior, considerando um total de embarques estaduais de US$ 6,6 bilhões.
O resultado de 2015 é o segundo pior da última década, ficando na frente apenas do ano passado, quando as exportações estaduais de produtos industrializados representaram pouco mais de 43% do total vendido pelo estado ao exterior. Na série histórica, a perda de competitividade e de mercado dos produtos paranaenses com maior valor agregado se acentuou com a crise econômica global e registrou a maior queda de um ano para o outro em 2009, quando perdeu 9,4 pontos porcentuais de participação nas exportações.
O encolhimento da participação do segmento ocorreu principalmente por consequência da forte apreciação do real frente ao dólar no período e da perda de competitividade dos produtos brasileiros. “Bem nessa época aconteceu a desindustrialização, quando houve uma quebra das cadeias produtivas no país e no Paraná”, afirma Roberto Zurcher, economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
Além disso, o boom no preço das commodities também contribuiu para que o segmento dos industrializados cedesse espaço para os básicos. “Até 2011, esse período foi marcado pela alta de preços das commodities. Podemos justificar essa queda dizendo que é uma combinação do boom das commodities e um processo de desindustrialização do país”, diz Julio Suzuki, diretor-presidente do Instituto Paranaense do Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Uma das grandes críticas à condução macroeconômica do primeiro governo de Dilma Rousseff é o excesso de estímulo à demanda após 2010, que promoveu um grande aumento da importação e acentuou ainda mais o processo de desindustrialização pela qual o país já passava.
Confira as maiores exportadoras em comparação entre os anos de 2005 e 2015:
Brasil cai 18 posições em ranking de competitividade
O Brasil perdeu 18 posições no ranking das economias mais competitivas do mundo, caindo da 57ª colocação para a 75ª, segundo o Relatório Global de Competitividade, divulgado na última semana pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) em parceria com a Fundação Dom Cabral. Esta é a maior queda do país desde o início da série histórica da pesquisa há dez anos.
Após três anos de perdas consecutivas de posição, o Brasil está agora abaixo dos principais concorrentes no mercado externo como o México, Índia, África do Sul e Rússia. Além de estar atrás de economias menores como Hungria, Uruguai, Peru e Vietnã.
A queda do país aconteceu por uma série de fatores básicos, de acordo com a pesquisa: a deterioração de dados macroeconômicos, perda de confiança de agentes públicos e empresários e também os problemas recentes apurados com a operação Lava Jato.
A pior colocação do Brasil até então tinha sido o 72º lugar, registrado em 2007. O melhor resultado foi alcançado em 2012, quando o Brasil ficou no 48º lugar. (TBV)
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