Publicado em 02/05/2016
Fonte: MDIC
Os ministros Armando Monteiro (MDIC) e Mauro Vieira (MRE)
firmaram, em 29 de abril, com o Peru, o mais amplo acordo
temático bilateral já concluído pelo Brasil, que inclui capítulos de compras
governamentais,
serviços e investimentos. O lado peruano foi representado pela
ministra de Indústria, Comércio
Exterior e Turismo, Magali Silva.
A assinatura do acordo entre os dois países responde ao monitoramento da "Variável 01 - Econômico: Comércio Internacional do Setor Automotivo", do estudo que orienta os trabalhos da Articulação do Setor Automotivo.
O Acordo de Ampliação Econômico Comercial Brasil - Peru estabelece
liberalização
de serviços, abertura dos mercados de compras públicas e inclui
um capitulo de investimentos nos moldes
dos Acordos de Cooperação e Facilitação
de Investimentos que já foram assinados com
outros países da América Latina e da África.
No marco deste acordo amplo, o Brasil firmou o seu primeiro acordo internacional
de compras governamentais. A partir
disso, as licitações peruanas de bens e serviços
passam a estar automaticamente abertas para as
empresas brasileiras, bem como as
licitações brasileiras estarão abertas para as empresas peruanas.
No Peru, a participação
de empresas brasileiras em algumas licitações vem sendo prejudicada
pela exigência de depósito, em instituição financeira peruana, de montante não inferior
a 5% de sua capacidade máxima de contratação.
Essa exigência não se aplica a
empresas peruanas e empresas de outros países com os quais o Peru tem acordos na área de contratações
públicas. Portanto, com a implementação do acordo assinado hoje, essa situação passa
a ser superada e as empresas brasileiras passam a ter condições equivalentes de acesso.
A oferta peruana é ampla, abrangendo praticamente a totalidade das entidades de
nível central e algumas
estatais. Do lado brasileiro, constam entidades do nível central do governo. Foram resguardados os espaços
para a implementação de políticas públicas pelos países.
Na área de serviços, os compromissos peruanos são equivalentes aos consolidados pelo país no âmbito do Tratado Trasnspacífico (TPP) e da Aliança do Pacífico. Prestadores de serviços brasileiros passam, portanto, a ter condições de participação em setores de grande interesse, como tecnologia de informação e comunicação, serviços de turismo, de transporte, de engenharia, de arquitetura e de entretenimento.
Na área de investimentos, o acordo prevê garantias de não discriminação, garantem o curso
de prevenção de controvérsias e mecanismo de arbitragem. Há também a previsão
para estabelecimento de agendas de cooperação e facilitação de investimentos em áreas
com potencial para o fomento de um ambiente mais dinâmico para os negócios. Cabe destacar que o Brasil
passa a contar com Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos com todos os países
da Aliança do Pacifico (Peru, Chile, Colômbia e México), importantes receptores de investimento brasileiro
e investidores no Brasil.
Foi consagrada também a antecipação da desgravação no âmbito do ACE 58, estabelecendo livre-comércio imediato de veículos leves e picapes. O mercado de veículos leves representa cerca de 160 mil unidades. Hoje o Brasil participa com apenas 3%, e pode, na condição de livre-comércio estabelecida, ampliar as vendas para o país andino. Também foi firmado um acordo institucional entre o MDIC e o Mincetur prevendo, entre outras, ações de facilitação de comércio e discussão sobre o tratamento preferencial para produtos de zonas francas dos dois países.
Argentina
Em visita à Argentina em fevereiro, o ministro do MDIC, Armando Monteiro, se reuniu com o ministro da Produção local, Francisco Cabrera, e propôs um acordo de livre comércio entre os dois países no setor automotivo. A proposta substituiria o atual sistema de cotas. Mas a ideia foi recebida com ressalvas por Cabrera. Saiba mais aqui.
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