Publicado em 15/09/2014
Fonte: Estadão Conteúdo/Tododia UOL
O governo da Argentina, em reunião com os dirigentes das montadoras, em Buenos Aires, comprometeu-se a vender às empresas, por intermédio do Banco Central, US$ 100 milhões por mês para que possam importar autopeças. Sem os dólares, as montadoras estavam com dificuldades para importar, o que prejudica o comércio com o Brasil.
Fontes do governo argentino indicaram que os dólares serão repartidos em função da posição de cada montadora no mercado e de suas respectivas necessidades. Em troca, as montadoras comprometeram-se a não suspender o contrato dos trabalhadores e acelerar a entrega dos veículos nas concessionárias (atualmente, a espera já supera os 90 dias).
Os problemas para a obtenção de dólares para importar levaram o presidente da General Motors para a América do Sul, Jaime Ardila, a anunciar que suspenderá as exportações de automóveis da filial brasileira da GM para a Argentina, já que há um mês a montadora na Argentina não consegue dólares para pagar as dívidas com o Brasil.
Com reservas externas em baixa e em disputa com credores em torno do pagamento de dívidas, a Argentina enfrenta escassez crescente de dólares, o que dificulta as importações.
CHOCOLATES
Exportar para a Argentina está ficando mais difícil não apenas para as montadoras. A Abicab (Associação Brasileira de Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) informou que nos últimos três anos registrou uma queda de até 80% nos volumes exportados para a Argentina. O país vizinho é o principal mercado desses produtos brasileiros.
"O Brasil deveria retaliar, proibindo a entrada de seus produtos em nosso mercado. Mas é impressionante a passividade do governo brasileiro", diz Fabricio Beduschi Beloti, gerente de exportação da Bel Chocolates, na nota da associação.
Há anos o governo da presidente Cristina Kirchner aplica uma saraivada de medidas de restrição sobre os mais variados tipos de produtos brasileiros, desde autopeças, passando por calçados, eletrodomésticos, copos de vidro e até vasos sanitários, entre muitos outros.
O porta-voz da Cira (Câmara de Importadores da Argentina), Miguel Ponce, disse que as restrições sobre chocolates, amendoins e balas atingem principalmente as grandes redes de supermercados instaladas na Argentina.
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