Publicado em 05/08/2016
Fonte: Automotive Business
A Anfavea, entidade que representa as montadoras, espera que as vendas de veículos se recuperem de forma consistente apenas ao longo de 2017. “Um crescimento mais robusto só vai acontecer quando a economia em geral melhorar”, avalia Antonio Megale, presidente da organização, que divulgou os dados dos primeiros sete meses do ano, em 04 de agosto.
-Veja aqui os dados completos da Anfavea
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O mercado subiu de patamar em julho em relação ao fraco resultado de julho. O mês foi o melhor de 2016 em licenciamentos, com 181,4 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, evolução de 5,6% sobre junho, mas baixa de 20,3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Ainda assim, a Anfavea, entidade que representa as montadoras, não entende o aumento como sinal de recuperação. “Ainda há incertezas na economia e na política. O volume pode ter sido impulsionado por fatores pontuais, como uma greve no Detran no fim de junho que atrasou alguns emplacamentos”,
A impressão do executivo é diferente da anunciada pela Fenabrave, entidade dos distribuidores de veículos, que já avalia a alta das vendas do mês passado como o início de uma mudança de cenário (leia aqui).
A Anfavea lembra que em julho foi registrada a quarta expansão consecutiva do ano na comparação mensal. Apesar disso, a performance ainda foi a pior para o mês desde 2006.
No acumulado dos sete meses, as vendas somaram 1,16 milhão de unidades e enfim romperam a barreira do primeiro milhão, algo que costumava acontecer bem antes em anos anteriores. O volume é 24,7% menor do que o de janeiro a julho de 2015. Assim, gradualmente a queda acumulada em 2016 fica menor e o mercado começa a convergir para a projeção de vendas da Anfavea, que espera que sejam negociados 2,08 milhões de veículos até o fim do ano, com baixa de 19% sobre o resultado do ano passado. “Uma redução de 19% não é boa, mas é melhor do que a situação atual”, avalia.
Para alcançar o resultado previsto pela Anfavea, as montadoras precisarão vender mensalmente pelo menos 183 mil veículos por mês até o fim do ano. “Além do aumento da confiança do consumidor, é importante que os índices que mostram o medo de perder o emprego melhorem”, diz Megale. Segundo ele, a curva de vendas costuma ser inversamente proporcional a este indicador.
Sem a ameaça da demissão, o presidente da entidade acredita que pode acontecer aquecimento importante das vendas de veículos. Um dos indícios da demanda reprimida por trocar de carro ou simplesmente comprar um novo é o aquecimento do mercado de seminovos, que já cresceu 22% em 2016, conta Megale. “Por isso acreditamos em retomada em 2017”, reforça.
Assista abaixo a cobertura exclusiva da ABTV sobre o desempenho da indústria:
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