Publicado em 26/10/2018
A Volkswagen apresentou em um evento em São Paulo seu novo SUV compacto, o T-Cross. O
carro começa a ser produzido em São José dos Pinhais (PR) entre janeiro e março de 2019. No segundo trimestre ele permitirá
a reabertura do segundo turno de trabalho, marcando a volta de quase 500 pessoas em layoff (afastamento temporário) à unidade.
Atualmente, a planta tem cerca de 2 mil trabalhadores e produz os Volkswagen Fox e Golf. Nessa fábrica são montados também
os Audi A3 sedã e Q3.
"Além desses 500 trabalhadores o T-Cross vai favorecer toda a cadeia de fornecedores. Seu
índice de nacionalização está acima de 70%", afirma o presidente e CEO da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si.
"A unidade paranaense foi ampliada em 5,5 mil metros quadrados e recebeu 270 novos robôs. O treinamento de pessoal somou cerca de 40 mil horas. Investimos aproximadamente R$ 2 bilhões", recorda o executivo. |
O novo modelo mundial da Volkswagen é montado sobre a plataforma MQB e foi apresentado simultaneamente na América do Sul,
Europa e Ásia. Seu desenvolvimento levou cerca de quatro anos.
A versão montada no Brasil tem diferenças importantes
para a europeia. Mede 4,2 metros. Sua distância entre eixos é de 2,65 m, ou 8,8 centímetros a mais que a do modelo para a
Europa. Outras vantagens para o carro nacional estão na oferta de entrada USB e ar-condicionado para o banco traseiro, mais
teto solar panorâmico.
Di Si preferiu não revelar a pretensão mensal de vendas do carro por causa das incertezas
que cercam a economia, mas garante: "Vamos brigar pela liderança entre os SUVs compactos." Isso implicaria uma média próxima
de 3,8 mil carros por mês, calculada a partir do desempenho atual de seus rivais.
A Volkswagen terá ao seu lado
o fator novidade e uma rede de cerca de 500 revendas, mas não será fácil colocar o T-Cross na ponta. Seus principais concorrentes
(Honda HR-V, Hyundai Creta, Nissan Kicks e Jeep Renegade) são ligeiramente maiores e todos exceto o Renegade têm porta-malas
mais espaçosos. O do T-Cross comporta apenas 373 litros com os bancos traseiros em posição normal. O volume sobe para 420
litros com o encosto do banco traseiro fixado quase na vertical, o que compromete o conforto dos passageiros.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS |
A Volkswagen aposta na oferta de tecnologia para ganhar os consumidores brasileiros. Haverá motores 1.0 e 1.4, ambos com
turbo e injeção direta de combustível. A versão de entrada terá câmbio manual e as mais completas, automático, sempre com
seis marchas.
A Volkswagen ainda não divulga quantas serão as versões, mas a oferta incluirá itens de segurança
como detector de fadiga e frenagem automática pós-colisão. Todos trarão de série controle eletrônico de estabilidade, assistente
de partida em rampa, auxílio à frenagem de emergência, monitoramento da pressão dos pneus, bloqueio automático do diferencial,
seis airbags e luzes diurnas de LED. O suporte para celular no centro do painel com entrada USB de carregamento rápido também
estará em toda a linha.
Os freios serão a disco nas quatro rodas em todas as versões, seja com rodas de 16 ou de 17 polegadas. Haverá a oferta de faróis totalmente em LEDs, som de 300 watts, central multimídia com tela sensível ao toque de oito polegadas, seletor do perfil de condução (com as opções normal, ecológica, esportiva e individual), quatro entradas USB e chave presencial.
MERCADO EXTERNO |
De acordo com Di Si, as exportações para a Argentina começarão dois a três meses depois do início das vendas no Brasil,
estimadas para abril. O modelo será enviado a outros países da região e também ao México.
É preciso dizer que
a Volkswagen demorou demais para ter um SUV compacto produzido aqui. Atravessou quase toda a década apenas olhando novos concorrentes
nacionais se somando ao Ford EcoSport. Hoje são pelo menos dez com tamanho semelhante. Sendo assim, a montadora não poderá
pesar a mão no momento de estabelecer os preços. O sucesso do carro dependerá disso.
Fonte: Automotive Business
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