Publicado em 02/07/2018
Fonte: Fenabrave
O Uruguai pediu ao governo brasileiro a revisão do acordo bilateral automotivo que mantém com o Brasil desde janeiro de 2016. Segundo Antonio Megale, presidente da Anfavea, o governo do Uruguai alega que a corrente comercial está desbalanceada: estariam entrando mais veículos brasileiros no mercado uruguaio sem que houvesse contrapartida nas exportações de veículos montados ali.
O presidente Megale disse que está em curso negociação para que sejam decididas novas cotas de exportação ou a entrada de outros produtos uruguaios no mercado brasileiro: ?O governo uruguaio pediu no começo do ano que fosse revisado o acordo de forma a equilibrar as exportações deles ao Brasil, já que estamos enviando mais carros para lá. O que está sendo definido agora é o que eles poderiam exportar para equilibrar a corrente?.
O acordo em vigência há dois anos tem cláusula de salvaguarda para situações de desequilíbrio no comércio dos dois países. Nesses casos um deles pode solicitar a suspensão temporária do livre comércio. Caso isso ocorra um comitê bilateral analisa a situação e propõe medidas corretivas para o restabelecimento do acordo.
Segundo dados da Anfavea as exportações ao Uruguai, de janeiro a maio, cresceram 179% em volume na comparação com igual período ano passado. Em valores, de acordo com o MDIC, as exportações de veículos ao Uruguai renderam, de janeiro a maio US$ 140,4 milhões. O País, no mesmo período, importou US$ 55,4 milhões em veículos uruguaios.
Os veículos equipados com motores 1.0 representaram 3,7% das exportações ao Uruguai até maio, o segundo principal produto, em volume, da balança comercial.
Pelo acordo há 100% de preferência tarifária no caso de produtos que cumprirem um porcentual de conteúdo regional em seus componentes. Para os veículos e autopeças brasileiros o índice deve ser igual ou superior a 55% e, para os uruguaios, igual ou superior a 50%, de acordo com fórmula estipulada pelo Mercosul.
Os produtos beneficiados pelo entendimento são automóveis de passageiros, ônibus, caminhões, máquinas agrícolas, autopeças, chassis e pneus. Para itens que não cumprirem a regra do mínimo de conteúdo regional foi estabelecida uma cota de comércio: US$ 650 milhões para o Uruguai e US$ 325 milhões para o Brasil.
No Uruguai são montados veículos de algumas montadoras que veem no país uma boa oportunidade para desenvolvê-lo como plataforma exportadora e de abastecer seu mercado interno. Veículos Geely, Toyota e Kia são montados na fábrica da Nordex, em Montevideo. A Lifan monta o modelo SUV X80, em unidade instalada em San José.
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