Publicado em 26/06/2018
Fonte: Notícias Automotivas
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou que a regulação da comercialização de energia para recarga de carros elétricos e híbridos plug-in será "mínima". De acordo com a agência federal, a ideia é eliminar barreiras e acelerar o processo de criação de uma infraestrutura para esses tipos de veículos no mercado nacional.
Com a liberação desse tipo de negócio, agora qualquer empresa, instituição ou organização poderá instalar pontos de recarga do jeito que bem entender e cobrando o que desejar do cliente. Além disso, as concessionárias de energia também estão liberadas para entrar no negócio, mas desde que criem empresas específicas com essa atividade-fim, que não pode ser a distribuição, ramo que elas atuam.
Dessa forma, não haverá tarifação diferenciada para quem montar sua própria rede de recarga. O custo do kWh para a fornecedora do serviço será o mesmo de contratos já vigentes, ou seja, não muda. O que vai mudar é a forma como essa nova prestadora de serviço vai gerar renda com o negócio. Se depender da Aneel, cada um monta sua própria estratégia comercial sem impedimento.
Isso significa que shoppings, estacionamentos, postos de combustíveis, paradas rodoviárias, supermercados, concessionárias de veículos, condomínios, edifícios comerciais, serviços de car sharing, entre outros, poderão montar seus pontos de recarga da forma que achar melhor e assim gerar renda com isso.
Atualmente, segundo o aplicativo de rastreio de eletropostos Plugshare, o Brasil tem 119 pontos de recarga atualmente, todos públicos e sem cobrança de energia, embora alguns shoppings atrelem serviços de valet de forma irregular para cobrar pela eletricidade fornecida para quem estaciona nas vagas específicas.
O modelo de regulação livre é o mesmo adotado na Europa e outros mercados consolidados, o que ajuda a fomentar o carro elétrico no mercado. Muitas das marcas de automóveis e de serviços de compartilhamento de veículos ou aluguel, esperam por isso, visto que até então a burocracia para instalação desse serviço era complicada.
Um bom exemplo é a Jaguar, que pretende usar sua rede de concessionárias como pontos de recarga para os clientes do I-Pace e de híbridos plug-in futuros, que chegarão com a Land Rover. Outros fabricantes, como a GM, por exemplo, querem usar o compartilhamento para ampliar a presença do carro elétrico e essa nova política de regulação deve ajudar nesse processo. Cada empresa estará livre para encontrar a melhor forma de gerar renda, o que nem sempre significa cobrar diretamente do cliente.
A recarga gratuita em redes exclusivas ou parceiras, pode ser um incentivo para que os clientes mudem do carro comum para o elétrico, por exemplo, mas ainda faltam mais benefícios que sejam visíveis ao consumidor. Os fabricantes também esperam uma ajuda do governo na forma de redução do IPI sobre elétricos, que é de altíssimos 25%.
A promessa de Brasília é reduzir para 7%, o mesmo de carros 1.0. Porém, muito dependerá de estados e municípios na forma de desoneração fiscal (ICMS e IPVA, por exemplo) ou facilidades, como zona azul livre, recarga pública gratuita, isenção de restrições de circulação ou mesmo circulação em áreas ou faixas de trânsito exclusivas, entre outras ações.
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