Fonte: Fenabrave

Montadora que tem sua sede fabril em Ponta Grossa, a DAF foi a fabricante que mais cresceu no ano passado no mercado nacional de caminhões. Com um incremento de 55,72% no número total de unidades vendidas, a DAF superou a MAN e assumiu a sétima colocação no mercado global de caminhões no Brasil. Contudo, como a DAF atua apenas no segmento de caminhões pesados, acima de 40 toneladas, neste filão de mercado a montadora elevou sua participação (marketshare) de 4,3% para 5,6%, se destacando na quarta colocação nacional. Mais de mil caminhões foram emplacados em 2017, segundo os números da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

clique para ampliarDAF lançou CF85 Off Road 940x na Fenatran 2017 (Foto: Divulgação)

Em entrevista ao Jornal da Manhã e Portal aRede, o diretor comercial da DAF Caminhões Brasil, Luís Gambim, reconheceu que a montadora segue se consolidando no mercado nacional ‘Premium’, e que esse incremento era algo esperado. “Quando olhamos o mercado acima de 40 toneladas, superamos Ford, MAN, Iveco, e somos a quarta montadora em volume de vendas. Nesse segmento de pesados temos produtos que se enquadram, e passamos a ter visibilidade maior, já que a frota circulante cresce”, resume. O XF105, caminhão extrapesado da marca, primeiro a ser comercializado pela montadora no Brasil, aliás, também foi o quarto modelo mais vendido no segmento de ‘pesados’, com 880 emplacamentos e 4,6% das vendas. Na frente, modelos de duas marcas: Scania R440 (16% de mercado), Volvo FH 540 (10,6%) e Volvo FH 460 (10,3%).

Gambim atribui esse crescimento a uma série de fatores. Além do próprio aumento da frota circulante, que torna o caminhão mais visível nas estradas, o executivo exalta as principais características do modelo, lembrado pelo setor por ser um caminhão ‘inquebrável’, e apresentar uma relação custo/benefício inigualável. “O XF105 vem se destacando e tendo uma percepção muito boa pelos clientes, em função da alta disponibilidade operacional que tem. É um caminhão que não quebra, para apenas para as manutenções, e tem um grande conforto, com a cama e a geladeira”, diz. Outro fator importante, lembrado por Gambim, é a autonomia. “O DAF tem um excelente consumo, que briga pela liderança entre as marcas ‘premium’ neste quesito, que é muito importante, pois o combustível representa de 40% a 50% na planilha de custos”, completa.

Para 2018, Gambim afirma que a montadora mantém a pretensão de crescer acima da média nacional e mais do que qualquer outra montadora. “Em 2016, enquanto todo mundo caiu, tivemos crescimento de 70%. No ano passado, a alta foi de 56%. Não temos números e uma meta, mas como nos anos anteriores, nosso objetivo será crescer mais que os outros ‘players’”, conclui o diretor comercial, lembrando que a fábrica está produzindo conforme a demanda do mercado, aumentando esse volume sempre que necessário.

Novos modelos 'off road' já estão à venda

Apresentadas na Fenatran, a maior feira do setor de transportes da América Latina, as versões ‘off road’ do XF105 e do CF85 já chegaram às concessionárias neste mês de janeiro. A aceitação está sendo muito positiva, segundo o diretor comercial da montadora. Há um grande volume de cotação para esse modelo e, segundo ele, há uma grande venda, por encomenda, por ser concretizada. “Estão saindo da linha de montagem os primeiros caminhões, que já estão vendidos. É um segmento que temos uma esperança muito grande, porque nosso caminhão tem DNA muito próximo do que esse setor precisa: robustez, força e durabilidade. É um segmento que exige muito, e nossos caminhões estão preparados para isso, para a longevidade. Então estamos muito otimistas”, assegura Gambim.

Vendas em Ponta Grossa representam 5,6% do total

O município de Ponta Grossa tem enorme participação no ‘marketshare’ da DAF. Números do Detran do Paraná, por modelos de veículos, apontam que 59 caminhões da montadora, entre XF105 e CF85, foram emplacados na cidade em 2017. Ou seja, 5,6% de todo o mercado da empresa esteve na cidade de Ponta Grossa no ano passado. Esse forte regionalismo é algo que a DAF preza muito, explica Gambim. “Na estrada tem o outdoor ‘bem-vindo a terra da DAF’. Então temos falado com clientes da região; todo transportador tem caminhão nosso. Fazemos grupos fechados para a entrega de muitos caminhões, e estamos felizes por essa proximidade; queremos fazer da DAF a casa desses transportadores. Fazemos esforço para trazer todos os clientes à fábrica e vamos continuar com esse programa de visitação”, diz.

Setor está otimista para 2018

Em 2017, o mercado de caminhões pesados cresceu 23% no Brasil, ao passar de 18,8 mil, em 2016, para 23 mil. Para 2018, a perspectiva é de um aumento semelhante, na casa de 20%. “Nossa perspectiva é muito positiva, tanto para clientes quanto para o Brasil, que vemos que está em recuperação forte. Então a DAF continua fazer investimento necessários, em produção, contração de novas pessoas e investimento em novos produtos”, diz Gambim, completando que a montadora deve completar janeiro com um volume de vendas acima do planejado.