Publicado em 23/11/2017
Fonte: MDIC
O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, participou, em 20 de novembro, em Porto Alegre, da solenidade de abertura do 35º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, um dos mais relevantes mecanismos de diálogo empresarial mantidos pelo Brasil.
Em sua fala, o ministro da Indústria destacou as medidas implementadas pelo governo federal e pelo MDIC para a melhoria do ambiente de negócios. "O Brasil está de volta" disse o ministro. "A esse respeito, destaco as agendas econômicas prioritárias, a começar pela implementação do teto de gastos e pela reforma trabalhista. Além disso, estamos empenhados em aprovar a reforma previdenciária e avançar na reforma tributária. Este pacote é essencial para o saneamento das contas públicas e a recolocação do Brasil nos trilhos do crescimento", afirmou.
Em seguida, Marcos Pereira detalhou as políticas que estão desenvolvidas pelo MDIC como a implementação da RedeSIM, iniciada pela cidade de São Paulo, que visa reduzir o prazo de abertura de empresas de 101 para 7 dias; a instalação e expansão do Brasil Mais Produtivo, um programa de consultoria direcionado a pequenas e médias empresas para aplicação de técnicas de manufatura enxuta; a implantação do módulo de exportações do Portal Único de Comércio Exterior no primeiro semestre desse ano, bem como a previsão de lançamento do modulo de importações já no início de 2018; o fomento ao dinamismo e desenvolvimento tecnológico de startups, por meio de programas de aceleração (InovAtiva), de internacionalização e a integração com grandes empresas (Conexão Startup-Indústria); o desenvolvimento, por um grupo técnico específico, de uma estratégia brasileira para a indústria 4.0, a ser lançado em março de 2018; e o recente lançamento do Sistema SEM Barreiras, com o qual as empresas brasileiras podem identificar quais barreiras terão de ser superadas a fim de que se mantenham competitivas no mercado internacional para buscar uma melhor inserção dos produtos brasileiros;
Rota 2030
Além disso, o ministro citou o trabalho de reorganização do sistema produtivo, com apoio à indústria automotiva, por meio do Rota 2030. A expectativa é que o programa garanta a política industrial do setor por 15 anos, promovendo previsibilidade e garantindo investimentos. Segundo o ministro, o novo ciclo da política automotiva terá como guia as novas tendências de mobilidade. Dessa forma, a indústria nacional deve chegar em 2030 com tecnologia equivalente à de mercados avançados, integração ativa na cadeia global de suprimentos, competitividade na produção dos principais sistemas automotivos e capacidade de desenvolvimento de projetos globais.
Após a cerimônia de abertura, o ministro visitou os stands de empresas alemãs instaladas no RS e participou de um almoço com presidentes de federações de indústrias de todo o país onde assinou um acordo de cooperação técnica para integrar o Rota Global, do setor privado, ao Plano Nacional de Cultura Exportadora, do governo federal. A ideia é atender 474 empresas de mais de 20 setores, entre eles, alimentos, bebidas e fumo, têxteis, confecções e calçados, farmacêutica e cosméticos, máquinas e equipamentos, móveis e metalurgia, em 17 estados brasileiros, para que elas façam a sua primeira exportação até abril de 2018.
Acordo Mercosul - UE
Durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, o ministro teve agendas privadas com autoridades alemãs onde reforçou as mensagens sobre a importância de anunciar um acordo político entre o Mercosul e a União Europeia ainda este ano
Na conversa com o vice-ministro da Economia e Energia da Alemanha, Mathias Machnig, Marcos Pereira disse que o Brasil acabou de finalizar, no dia 10 de novembro, mais uma rodada de negociações entre os blocos, em Brasília. "Estamos, juntamente com os parceiros do Mercosul, comprometidos com o avanço das negociações. Diante dos desafios apresentados, como a bem conhecida insuficiência da oferta agrícola por parte da União Europeia, torna-se ainda mais importante o firme posicionamento do setor industrial alemão em favor do acordo", afirmou o ministro. O vice ministro alemão afirmou apoiar o acordo Mercosul-UE e a candidatura do Brasil à OCDE.
Durante a reunião bilateral, o secretário de Inovaçao e Novos Negocios do MDIC, Marcos Vinicius Souza, falou sobre o lançamento da chamada para realização de projetos conjuntos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) industrial, entre empresas brasileiras e alemãs. A nova chamada terá um importante reforço: graças à participação das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPS), as empresas brasileiras também terão à disposição a modalidade de subvenção econômica para financiamento de seus projetos em conjunto com empresas alemãs.
No início da tarde, Marcos Pereira reuniu-se, ainda, com o presidente da Federação das Indústrias da Alemanha (BDI, na sigla em alemão) para a América Latina, Andreas Renschler, e com o membro do Conselho da BDI, Stefan Mair.
Marcos Pereira lembrou que o primeiro acordo de livre comércio do Mercosul com países desenvolvidos trará enormes vantagens para os dois lados, e fez um apelo às autoridades alemãs presentes. "Solicito aos senhores que se façam ouvir, junto a seus parceiros da UE, como apoiadores desse acordo", disse o ministro. "Este encontro é uma resposta aos movimentos contrários ao livre comércio e à integração econômica, fomentando a cooperação e comprovando que há apoio de nossos setores privados a uma maior interação de nossos mercados", afirmou, ressaltando estar seguro de que há espaço para impulsionar ainda mais os fluxos bilaterais de comércio e investimento.
Intercâmbio Comercial
A Alemanha é atualmente o quarto país com o qual o Brasil realiza trocas comerciais, sendo assim nosso principal parceiro no continente europeu. Nesse sentido, o intercâmbio com a Alemanha representa 21% da corrente comercial que o Brasil tem com toda a União Europeia.
De janeiro até outubro deste ano, exportamos quatro bilhões de dólares (US$ 4 bilhões) para a Alemanha. No mesmo período, importamos quase oito bilhões de dólares (US$ 7,7 bilhões), consolidando a Alemanha como o nosso quarto fornecedor de bens, superado apenas por China, Estados Unidos e Argentina.
Investimentos da Alemanha no Brasil
Na década de 50, os investimentos alemães formaram a base do que viria a ser a indústria siderúrgica nacional. Houve importantes investimentos na instalação de montadoras como a Mercedes-Benz (1955) e da Volkswagen (1959) no país, contribuindo para a formação da indústria automotiva no Brasil. Hoje, as empresas alemãs em solo brasileiro são responsáveis por cerca de 10% PIB industrial do país, segundo estimativa da Câmara Brasil – Alemanha. Ainda segundo a Câmara, estariam instaladas, somente no Estado de São Paulo, mais de 900 subsidiárias de empresas alemãs de diferentes setores da indústria e de serviços fazendo da cidade de São Paulo a maior cidade industrial alemã fora da Alemanha.
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