Publicado em 16/10/2017
Fonte: Notícias Automotivas
Durante o Congresso AutoData Perspectivas 2018, Antônio Megale, presidente da Anfavea, anunciou que a projeção de vendas da entidade para 2018 é de um mercado de três milhões de unidades. O volume é 300 mil veículos maior que o projetado para 2017, que é um mercado de 2,7 milhões de exemplares de todos os segmentos.
Isso significa uma alta de 7,3% em comparação com 2017, o que anima bastante o setor. Mas, a Anfavea aponta apenas para a manutenção de um ritmo de vendas já em curso. “Observamos que uma série de fatores econômicos colaborará para a manutenção das vendas como tem sido este ano. Em automóveis esperamos que a exportação represente boa parte da produção, e alguns investimentos estão sendo feitos para que, em 2018, o mercado de caminhões volte a ser destaque”, declarou Megale.
Com vendas diárias próximas de 10 mil unidades, o mês de setembro é tido como referência para a projeção de 2018, quando cresceu 24,5% em relação a 2016. Ainda assim, os estoques continuam com 224,1 mil unidades, ou seja, para 34 dias de vendas. O montante ainda é alto. Além disso, para o setor, emprego, renda e inadimplência ainda preocupam.
Para a Fenabrave, entidade que reúne os revendedores de automóveis, as vendas em 2018 crescerão entre 8% e 10% em comparação com este ano. Mas, a federação só crê que isso será alcançado se não houver uma crise política. A declaração foi divulgada por Gláucio José Geara, vice-presidente da entidade, que acrescentou: “Os problemas políticos se descolaram da economia e temos que seguir com nossas vidas.”
Em comparação com 2016, a Fenabrave aponta para 1,869 milhões de automóveis e comerciais leves em 2017, bem como 313 mil caminhões vendidos, ou seja, crescimentos de 10,7% e 5,3%, respectivamente, mas ainda assim bem inferiores aos obtidos em 2012, o melhor ano para o mercado brasileiro em sua história.
Para um aumento nas vendas de veículos, Geara aponta que o problema ainda é o crédito, já que de cada 10 fichas enviadas às financeiras, apenas duas são aprovadas. Nas motos, por exemplo, o número cai para apenas uma. Para reverter a situação, a Fenabrave recomenda a desburocratização da lei que permite a retomada do bem: “Em outros países do mundo a retomada se dá em 2 horas”, explicou.
No momento, o setor espera uma definição sobre o Rota 2030, nova política nacional para a indústria automotiva, que ainda não foi anunciada por conta de um impasse com o Ministério da Fazenda. A preocupação do governo federal é com uma possível desoneração fiscal. Enquanto isso, a incerteza ainda paira no ar, já que a parte tributária é a mais importante do novo regime, tanto para o governo quanto para montadoras e importadores.
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