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Exportação é novo alento para a Volvo Bus no Brasil

Publicado em 11/08/2017

70% da produção atual de ônibus da montadora vai pra mercados externos
Fonte: Automotive Business

“As exportações são alento neste momento de queda do mercado brasileiro: 70% de nossa produção atual de ônibus é para outros mercados.” É com esta afirmação que o presidente da Volvo Bus para América Latina (exceto México), Fabiano Todeschini, define a importância de prospectar novos negócios fora do Brasil, o que vem sustentando as operações do complexo industrial de Curitiba (PR) desde que as vendas no País começaram a definhar em 2014.

“O Brasil chegou a ser o primeiro mercado de ônibus da Volvo no mundo, isso em 2011, e hoje está em oitavo no ranking”, comenta Todeschini.

Naquela época, a fábrica chegava a produzir dez chassis por dia, hoje o volume caiu pela metade, principalmente em função da baixa do mercado interno. “Não é que a exportação deu um boom: foi o Brasil que caiu e muito”, argumenta.

Segundo o executivo, com a lenta movimentação interna, a solução é intensificar os esforços lá fora, nos vizinhos. Embora produzir no Brasil seja 8% mais caro do que Suécia, segundo Todeschini, o custo logístico compensa, uma vez que a operação está mais próxima dos mercados locais.

Os primeiros resultados estão surgindo: há vendas importantes a caminho, como a do Panamá, onde já foram entregues 200 articulados e biarticulados e são esperados mais 300 para o ano que vem. A empresa também está acompanhando de perto o desenrolar da licitação que deve ocorrer em Santiago, no Chile, para renovação da frota local, inclusive do sistema de BRT Transantiago. Contudo, para este negócio o Brasil só funcionará como ponte alfandegária: a licitação prevê 2,2 mil ônibus, todos Euro 6, que serão importados da Suécia, inclusive com carroceria. Além disso, o sistema terá mais 90 ônibus totalmente elétricos e outros 90 com atributos especiais, como 100% de piso baixo. No caso de Santiago, qualquer empresa, de qualquer lugar do mundo, poderá participar da licitação.

“O Chile está se reinventando no transporte público de passageiros. Os pátios, por exemplo, serão todos adquiridos pelo governo e 15% da receita gerada com a tarifa nos terminais vai para o banco que financiará os novos veículos, reduzindo os custos para o operador”, conta. Ele acredita que no Brasil há possibilidades de reinvenção e cita São Paulo, que deve fazer testes com parcerias público-privadas na próxima licitação prevista para ser publicada até o fim deste mês.

Em Bogotá, na Colômbia, também deve ocorrer alguma renovação para o sistema Transmilênio. Para lá, a Volvo Bus está apostando no novo chassi B8R, que acaba de ser lançado (leia aqui). Além da versão B250R, com motor de 250 cv de potência, a montadora vai oferecer uma versão de 330 cv, indicada para terrenos mais acidentados, que pedem mais potência, e para cidades com maior altitude, como é o caso de Bogotá, que tem entre 2 mil e 3 mil metros de altitude.

“O B8R será nossa primeira oferta para todos os mercados latino-americanos. Depois, conforme a necessidade, ampliamos para oferecer os articulados e biarticulados.”

Assim como no Brasil, a montadora manterá nos demais países da região a estratégia de trabalhar o novo B8R com o mesmo preço de seu antecessor, o B290R, da família B7, que sairá de linha.
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