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Nova ferrovia até Paranaguá está em lista nacional de obras estratégicas

Publicado em 21/07/2017

Estudo busca soluções logísticas com foco nas necessidades das safras, deixando de lado questões políticas

Fonte: Gazeta do Povo

A duplicação da ferrovia que liga Curitiba ao Porto de Paranaguá está na lista de 31 obras prioritárias para garantir a competividade e a expansão da produção de grãos no Brasil pelos próximos dez anos. O estudo foi realizado por um grupo de inteligência coordenado pela Embrapa, a pedido do Ministério da Agricultura.

A lista completa das obras estratégicas ainda não é pública, sendo disponibilizada por enquanto apenas para o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Sabe-se que, para a região Sul, foram elencadas nove obras. Além da duplicação da ferrovia de Curitiba a Paranaguá, e da construção dos trechos entre Guaíra e Cascavel, no Oeste do estado, e de Guarapuava à Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba, foi incluído o projeto para construção da Ferrovia Norte-Sul entre o município paulista de Estrela d’Oeste e Porto Alegre. No momento, o governo federal trabalha para leiloar no início de 2018 o trecho de 1500 km da Norte-Sul entre Porto Nacional, no Tocantins, e Estrela d’Oeste.

Ao pedir o estudo sobre obras prioritárias para escoamento das safras, o ministro Blairo Maggi quis buscar soluções logísticas com foco nas necessidades do setor produtivo, deixando de lado questões políticas. O entendimento é de que, a curto prazo, a melhoria da logística é o que pode ter mais impacto no aumento da competitividade da agricultura brasileira. “Os ganhos em termos de produtividade agrícola dificilmente superam 1,5% ao ano, enquanto uma obra prioritária pode resolver um gargalo, reduzindo, por exemplo, o custo de produção de 200 reais a tonelada para 110 ou 100 reais a tonelada”, afirma Gustavo Spadotti, analista da Embrapa.

O coordenador do estudo e chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo de Miranda, diz que é hora de o agronegócio “conhecer, gerir e intervir melhor no tema da sua macrologística, como já faz o setor de mineração e industrial”.

Pelo documento estratégico, a prioridade dos investimentos deve ser para obras nos portos dos estados da região Norte do país e do Maranhão, o chamado Arco Norte. Apesar de estarem mais próximos dos principais mercados internacionais e também da região Centro-Oeste, que concentra 42% da produção nacional, os terminais do Arco Norte responderam por apenas 18,5% do volume total embarcado em 2015, contra 82% escoados pelas regiões Sudeste e Sul. O estudo propõe investimentos para alavancar esta participação para 40% em 2025, gerando empregos em regiões com menor IDH, melhorando a infraestrutura e a competividade do País. A opção não significa diminuir a importância dos portos do Sul e Sudeste. “Portos como Paranaguá e Santos serão fortalecidos com a exportação de produtos de maior valor agregado”, afirma Gustavo Spadotti.

Obras urgentes

Nesta primeira etapa, o grupo de estudo detalhou, a pedido do ministro, apenas os projetos para o Arco Norte. Entre as obras consideradas urgentes, está a conclusão da BR-163 entre o Mato Grosso e o sudoeste do Pará, que se notabilizou neste ano como a “rodovia da lama”; a pavimentação da BR-080, ligação do Oeste do Mato Grosso até a Ferrovia Norte-Sul, em Goiás; a recuperação e os entornos das cidades da BR-364 entre Sapezal (MT) e Porto Velho (RO), e ainda a dragagem e sinalização da hidrovia do Rio Madeira, entre Rondônia e o estado do Amazonas.

O estudo estratégico desenvolvido pela Embrapa buscou organizar e agregar informações sobre os modais de transporte e os dados das principais cadeias agropecuárias, como os fluxos de origem e destino da produção, voltada tanto para o mercado interno quanto para a exportação, e a retrologística de insumos. Foram utilizados dados gerados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), ministérios da Agricultura, dos Transportes, Portos e Aviação Civil e da Indústria e Comércio. Também foram consideradas informações do setor privado, associações, cooperativas e instâncias representativas, como a Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio.

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