Publicado em 11/07/2017
Fonte: Estadão
A Volvo, uma das mais tradicionais montadoras de automóveis do mundo, anunciou em 05 de julho, que abandonará nos próximos três anos a produção de veículos com motores a combustão – ou seja, movidos exclusivamente a gasolina ou diesel. A companhia sino-sueca privilegiará a fabricação de automóveis elétricos ou híbridos, que comporão 100% dos novos modelos a partir de 2019. A decisão é a primeira tomada por grandes montadoras no mundo e responde também à valorização espetacular da americana Tesla, que superou em valor de mercado a General Motors ao fabricar apenas carros elétricos.
A decisão da Volvo Car, companhia sueca controlada pela montadora chinesa Geely, foi informada por comunicado ontem. A partir de 2019, a empresa, conhecida por seu nível de segurança de excelência, só lançará carros elétricos e uma gama de veículos híbridos – com dois motores, um elétrico e outro a combustão.
Entre 2019 e 2021, uma nova linha de cinco modelos será lançada, três sob a marca Volvo e dois sob a bandeira Polestar. Os automóveis serão movidos apenas por eletricidade. Mas a substituição completa dos motores a combustão será progressiva, passando também pelos veículos híbridos, com bateria recarregável. A empresa, com sede em Göteborg, na Suécia, não informou quando seus veículos serão exclusivamente movidos a eletricidade.
“Este anúncio significa o fim do veículo apenas equipado com um motor a combustão”, afirmou o diretor-geral da empresa, Hakan Samuelsson. “As pessoas exigem cada vez mais carros elétricos e queremos responder às necessidades atuais e futuras de nossos clientes. (…) Isso significa que não haverá mais nenhum Volvo sem motor elétrico.”
A Volvo pretende vender 1 milhão de automóveis elétricos e híbridos entre 2019 e 2025 – uma meta ambiciosa, já que em 2016 apenas 2 milhões de veículos desses tipos estavam em circulação em todo o mundo, segundo dados da Agência Internacional de Energia. A boa notícia é que este número dobrou de 2015 para o ano passado.
Consultada pelo Estado, a direção de comunicação da companhia na Suécia não soube informar qual será a situação de mercados como o brasileiro, em que a penetração de veículos com propulsão elétrica ou híbrida é muito limitada.
A reviravolta tecnológica da Volvo acontece sete anos após a sua venda pela Ford à chinesa Geely. Desde então a empresa voltou a ganhar espaço no mercado internacional. Em 2016, suas vendas cresceram 6,4%, com a produção de 534 mil automóveis. Uma de suas vantagens é estar bem posicionada no mercado chinês, o maior em que atua, com avanço de 11,5% e 90 mil carros vendidos em 2016.
No novo segmento, Volvo reencontrará sua concorrência habitual – as alemãs Mercedes-Benz, BMW e Audi, que também se lançaram na produção de automóveis sem motores a combustão. Além dos concorrentes de luxo, a francesa Renault e a americana General Motors também planejam lançamentos.
A maior rival, no entanto, será a Tesla, que em 2016 vendeu 84 mil veículos 100% elétricos.
A companhia vai começar a entregar seu modelo 3, que deve catapultar as vendas a 200 mil unidades ainda em 2017, no
final do mês. O entusiasmo com as perspectivas da montadora elevou seu valor a US$ 58 bilhões – 25% superior
ao da Ford.
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