Publicado em 20/06/2017
Fonte: Fenabrave
Pela primeira vez, o Brasil recebeu uma reunião da OICA - Organização Internacional dos Construtores de Veículos Automotores. O encontro, promovido pela Anfavea, Associação Nacional de Veículos Automotores, realizado nos dias 30 e 31 de maio, reuniu executivos de entidades setoriais de onze países: África do Sul, Alemanha, Austrália, Bélgica, Brasil, França, Índia, Japão, Rússia, Suécia e Turquia.
A pauta do encontro foi o WP 29, Working Party 29, espécie de grupo de trabalho da ONU, Organização das Nações Unidas, que representa uma tentativa de discussão global para a harmonização e evolução das regulamentações técnicas dos veículos, como itens de segurança e emissão de poluentes.
Hoje, 62 países são signatários do WP 29. O Brasil não faz parte desse acordo e segue os regulamentos da ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, com base nas regulações do Contran, Conselho Nacional de Trânsito, para questões referentes à segurança, e do Conama, Conselho Nacional do Meio Ambiente, para aspectos ambientais.
De acordo com Antônio Megale, presidente da Anfavea, são os governos que aderem aos acordos do WP 29: “Neste momento, o Brasil está caminhando como observador para um entendimento mais profundo dos impactos da adesão a estes acordos. Não podemos ficar fora disso”.
Para Edson Orikassa, presidente da AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, ao seguir as regras do WP 29 os veículos fabricados no Brasil seriam mais seguros, menos poluentes e estariam aptos a entrar em mercados que seguem essas normas: “É preciso lembrar, no entanto, que o País tem altos custos na exportação e seguir o acordo não seria garantia de que os embarques aumentariam. As importações também podem crescer a partir do momento de que o Brasil decidir fazer parte desse acordo”. Orikassa disse também que os veículos continuariam a ter certos itens mais básicos adaptados para a realidade brasileira, a chamada tropicalização.
Ele afirmou que os carros da Audi, BMW e Mercedes-Benz produzidos no Brasil já atendem às normas da WP 29: “Aqueles que não seguem essas regras, no entanto, teriam que se adaptar, o que poderia encarecer o seu preço, principalmente as versões mais antigas. A solução é adotar de forma gradativa os 180 regulamentos do WP 29, já que não há um prazo limite. O Japão, por exemplo, assinou o WP 29 há cerca de 20 anos e suas empresas não adotam todas as medidas”.
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