Publicado em 06/06/2017
Fonte: Smart City Business e informações de Observatórios Sistema Fiep
A preocupação quanto à renovação, modernização e qualidade da frota são latentes no setor Automotivo e o financiamento é um elemento fundamental para a manutenção dos serviços de transporte coletivo e viabilização de iniciativas inovadoras das Smart Cities. Financiamento para a Mobilidade Urbana foi o tema debatido no painel “Mobilidade Urbana” do Smart City Business America 2017, no dia 22 de maio, em Curitiba.
A equipe técnica dos Observatórios Sistema Fiep participou do evento, monitorando os temas que respondem
às 24 Variáveis do estudo Cenários
da Indústria Automotiva RMC 2020.
No painel, participaram Antônio Megale (Anfavea), Deusdina dos Reis Pereira (Caixa Econômica Federal), José Antônio Martins (FABUS), Otávio Cunha (Associação Nacional de Transportes Urbanos) e Roberto Gregório, especialista em mobilidade urbana e ex-presidente da URBS.
Como moderador do Painel, Otávio Cunha levantou a reflexão de que os custos do transporte público não devem ser arcados somente pelos usuários, devendo ser um processo organizado e com responsabilidades divididas.
Um dos caminhos apresentados foi a linha de financiamento da Caixa Econômica Federal, com base no FGTS, para recursos de infraestrutura e onde também estão disponíveis para renovação da frota. “Esse financiamento, aprovado pelo Ministério das Cidades, permite que a nossa frota seja melhorada e que o transporte público seja mais atraente para o usuário”, disse Deusdina dos Reis, vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias, Caixa Econômica Federal. Como exemplo, os recursos já foram utilizados em linhas de metrô em São Paulo e Salvador e de BRT, em Belém.
Os fabricantes do setor demonstram preocupação. “Perdemos recentemente mais de 10% no número de usuários do transporte coletivo. São pessoas que preferem usar o transporte individual ou a bicicleta. Precisamos resgatar os usuários, mas, para isso, é preciso melhorias na nossa frota”, lembra Antônio Carlos Botelho Megale, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
Antônio Megale, destaca a baixa motorização da população no país, “há um mercado a ser suprido e neste contexto de Smart City, o transporte coletivo é muito mais importante que o individual, devemos pensar nas questões para mobilidade e nós como fabricantes temos muito a contribuir”. Também destaca a importância de pensar a Renovação da frota, de veículos mais seguros, mais econômicos e com menor redução de emissões, e lembra que não deve-se pensar apenas na renovação de veículos, como também da estrutura. Para ele a indústria tem muito em contribuir a isso, principalmente com novas tecnologias.
Com financiamento da Caixa, Paulo Bellini, fundador da Marcopolo, acredita que a frota pode ser melhorada em pouco tempo. No caso da fabricante de ônibus, com um investimento de R$ 3 bilhões, é possível colocar no mercado brasileiro, em breve, mais 8 mil veículos coletivos novos. “Esse financiamento vai permitir que a gente recupere o mercado porque tivemos uma queda violenta nas vendas. É pior crise que já atravessamos em mais de 40 anos de empresa”, garante.
Para Roberto Gregório, especialista em mobilidade urbana e ex-presidente da URBS, há uma grande lacuna na mobilidade que são os mecanismos de financiamento, “temos muito a avançar na questão de financiamentos de veículos para o transporte público e para tudo isso o problema é o mesmo: onde iremos buscar dinheiro?”
Além de incentivar o uso do transporte coletivo, com melhor conforto, há a preocupação com o preço da tarifa, como alerta Roberto Gregório, ex-presidente da URBS, que administra o transporte coletivo de Curitiba. “Temos de definir o marco regulatório e saber as responsabilidades dos setores público e privado. O financiamento do transporte púbico, se continuar apenas na responsabilidade dos munícipios, será inviável em breve. É preciso dinheiro e investimento também na infraestrutura das cidades”, avalia.
Antônio Megale acrescenta que a indústria está passando por um momento difícil, mas afirma que o Brasil tem vocação para indústria automotiva e cita a atual frente de trabalho da Anfavea com o MDIC para a Nova Política Automotiva a Rota 2030.
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