Publicado em 04/05/2017
Fonte: Automotive Business
A fábrica de motores da Volkswagen localizada em São Carlos, no interior paulista, está recebendo um novo investimento de R$ 50 milhões a fim de ampliar sua capacidade produtiva para o motor EA211 1.4 TSI (turbo), que será exportado para o México. A unidade, a única do grupo que monta motores na América do Sul, venceu uma concorrência global entre mais de 30 fábricas da companhia para fornecer os propulsores aos modelos Jetta, Golf e Golf Variant produzidos em solo mexicano. Até 2020, serão 250 mil motores brasileiros para abastecer o mercado local e também o próprio Brasil, além de Estados Unidos e outros mercados, inclusive os da Europa.
Este aporte é adicional aos R$ 460 milhões anunciados em 2015 previsto até 2018, que contemplou a introdução da tecnologia global TSI e a nova linha de produção de virabrequins (leia aqui). Com esta nova demanda, a fábrica deverá aumentar sua capacidade em 30%. A unidade tem capacidade para produzir 3,5 mil motores por dia (em três turnos somando as duas linhas, do EA211 e do EA111) e já exporta desde 2015 blocos de alumínio do motor EA211 para Polo e Up! fabricados na Europa.
“Há dois anos anunciamos um grande investimento em São Carlos e hoje estamos aqui para celebrar mais uma vitória”, afirma o presidente e CEO da Volkswagen para Brasil e América do Sul, David Powels, em 03 de maio, durante a cerimônia de anúncio do novo investimento na fabrica de motores.
Segundo Powels, a montadora está começando agora a última etapa do aporte que termina em 2018 e revela que dos R$ 50 milhões, grande parte já foi aplicada na linha do EA211 e que será concluído ainda neste ano. O novo investimento foi utilizado com desenvolvimento tecnológico, montagem, testes do motor e as despesas para certificação e homologação, além da adaptação de linhas de usinagem do bloco do motor, uma vez que o modelo 1.4 TSI conta com maior quantidade de componentes por possuir uma calibração diferenciada, dadas as diferentes normas, temperaturas e combustível utilizados em outros mercados. “Para exportar, precisamos de uma base de custo competitivo e nos últimos anos investimos em uma planta moderna, com novos sistemas de produção e em treinamento, o que melhora a nossa produtividade”, afirma Powels.
O presidente da Volkswagen disse ainda que o acordo de cinco anos com o sindicato local foi fundamental para levar adiante o plano de redução de custo e deixar a fábrica mais enxuta. Atualmente, a planta de São Carlos conta com 800 empregos diretos e 400 indiretos. “Essas novas exportações [para o México] vão segurar os empregos atuais; mas com o mercado fraco de hoje, não há previsão de novas contratações; esta possibilidade de aumentar os postos de trabalho deve vir, espero, em dois ou três anos”, pondera.
Atualmente, a fábrica de motores em São Carlos opera com 50% de sua capacidade e está funcionando em dois turnos. “No geral, as fábricas no Brasil operam abaixo dos 40% [de sua capacidade] e a Volkswagen está em linha com este índice”, informa Powels.
EXPORTAÇÕES NA MIRA
Os esforços da Volkswagen em aumentar sua capacidade de produção no Brasil, especialmente na planta de motores em São Carlos têm como foco nas exportações. A empresa é hoje responsável por 30% dos embarques de veículos a partir do Brasil: isso significa que a cada dez veículos exportados, três são Volkswagen.
“Exportações é uma parte importante para nosso futuro, para todas as fábricas da Volkswagen no Brasil. A ideia é aumentar os volumes em geral para melhorar o uso de nossa capacidade produtiva”, aponta Powels.
No ano passado, a empresa exportou 106 mil veículos produzidos no Brasil e para 2017 a projeção é de 150 mil unidades. Para Powels, ganhar a concorrência de exportação de motores para o México é o começo de uma nova etapa de novos projetos que visam a ampliação das exportações brasileiras.
O foco é a América do Sul: a participação da montadora na região ficou em 3,2% no primeiro trimestre de 2016 contra 2,1% em iguais meses do ano anterior. “Foi um crescimento significativo, mas tem muito espaço para melhorar”, admite Powels. O presidente projeta que nos 26 países que estão sob sua alçada, incluindo a região do Caribe, a Volkswagen quer ficar acima dos 3% neste ano; em mais três anos, a empresa fixa meta de 5% e em sete a 10 anos, prevê fatia acima de 7% do mercado local.
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