Publicado em 03/03/2017
Fonte: IDGNOW
O futuro da mobilidade será plural, autônomo e elétrico, segundo a Ford. A montadora americana apresentou durante o Mobile World Congress, que aconteceu nesta semana em Barcelona, alguns conceitos de como pode ser o transporte no futuro.
Entre eles estava o Carr-e, uma espécie de veículo que propõe ser a esteira rolante individual de
cada indivíduo. Trata-se de uma base móvel sem nenhuma espécie de apoio, a não ser o equilíbrio
do usuário. Sensores instalados no dispositivo são responsáveis por calibrar o peso e a direção
que o usuário dá para o Carr-e com o próprio corpo. Ao se inclinar para a direita, o dispositivo fará
o mesmo e assim por diante, algo que a ver pelos visitantes da feira soou um pouco desafiador.
O veículo não foi pensado para áreas acidentadas, claro, como asfaltos machucados ou mesmo ladeiras e subidas. O aparelho estaria mais para um veículo intermediário para funcionários que precisam se locomover por grandes extensões como nos corredores de grandes companhias ou fábricas. Ele ainda traz um compartimento para guardar coisas e permite ser emparelhado com um wearable, algo que dá a habilidade para o robozinho seguir seu usuário onde ele for.
Outro conceito interessante apresentado pela Ford dizia respeito a um serviço autônomo de entrega. O chamado Autolivery propõe utilizar veículos autônomos elétricos com drones para entregar mercadorias em áreas urbanas, uma logística que visa agilizar o serviço. Quando o veículo estiver próximo do endereço de entrega, ele se estacionará e um drone se encarregará de pegar o produto e levá-lo até a porta, ou melhor, a janela do solicitante.
Para demonstrar a operação da coisa toda, a Ford recorreu à realidade virtual. Por meio de um vídeo para óculos VR, o usuário podia ver sua encomenda chegando em um drone, pousar em sua sacada e deixá-la. Uma visão compartilhada com outras companhias como a Amazon e a UPS. Ambas incluem drones em suas logísticas e apresentaram versões reais em graus diferentes de como isso pode ser concretizado. A primeira tendo usado um drone real para entregar mercadoria no início deste ano e a segunda apresentando um veículo cujo drone saía de seu teto para finalizar uma entrega.
Vale ressaltar que tanto o protótipo do Carr-e quanto o conceito de Autodelivery não têm uma data para lançamento no mercado ou mesmo uma afirmação da Ford de que a companhia levará as ideias adiante. Ambos são projetos que resultaram do “Last Mile Mobility Challenge”, uma maratona promovida pela Ford que estimula a criação de projetos que visem melhorar a mobilidade nas cidades.
O que é certo, entretanto, é que a montadora tem concentrado esforços e muito dinheiro para não ficar atrás quando o assunto é carros autônomos.
Em 2016, a Ford anunciou planos de começar a produção em massa de veículos totalmente autônomos até 2021 e que os venderá, inicialmente, para empresas do mercado de transporte individual como o Uber. O veículo será produzido sem volante, sem gás ou pedal. Ou seja, condições que dispensam o motorista. Em fevereiro deste ano, a companhia anunciou que planeja investir US$ 1 bilhão nos próximos cinco anos no desenvolvimento de um sistema de inteligência artificial para carros sem motorista.
Para Mark Gijbels, gerente de inovação do braço de pesquisa e desenvolvimento da Ford na Alemanha, o futuro da mobilidade será extremamente diverso. “Será uma combinação de módulos de mobilidade e dependendo da infraestrutura das cidades, você terá diferentes soluções. Trabalhamos com algumas cidades para descobrir qual é o sistema exato que melhor atende cada uma delas e, claro, nós temos que encontrar quais partes dessa solução faremos”, diz em entrevista ao IDG Now!
“Carros autônomos são parte importante disso, mas também estamos olhando serviços de compartilhamento de carro e e-bikes. Temos uma visão holística e visamos a melhor combinação para cada cidade”.
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