Publicado em 02/03/2017
Fonte: Tribuna do Povo
Setecentas vagas de emprego devem ser abertas pela Renault a partir de março, com a reativação do terceiro turno na fábrica de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Segundo a Tribuna do Paraná apurou, a abertura de vagas de emprego na Renault foi divulgada internamente pela montadora com a justificativa de atender a produção dos novos modelos Captur e Kwid.
Em nota, a Renault confirmou à Tribuna que está iniciando
um processo de recrutamento em preparação “para um possível aumento de produção em
função das exportações de Captur”. Segundo a fabricante francesa, o novo SUV já foi
lançado na Argentina e na Colômbia e será comercializado em outros quatro mercados da América Latina.
No ano passado já foram exportadas mais de 3 mil unidades do modelo. Já o subcompacto Kwid começará
a ser vendido no segundo semestre de 2017.
“A Renault não visualiza que o mercado brasileiro terá crescimento este ano, mas de maneira estratégia está olhando para o mercado de exportação, o que todas as montadoras devem fazer esse ano”, comenta o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka. Segundo ele, com a abertura do terceiro turno, a empresa francesa “sairá na frente quando o mercado nacional reaquecer, em 2018 ou 2019”. O SMC negocia se as contratações serão temporárias, registradas ou grupo especial.
A Renault trabalha em dois turnos com a capacidade máxima, de 60 veículos por hora. “Qualquer incremento de produção se dará com a criação de um terceiro turno parcial”, adianta. O Complexo Ayrton Senna emprega cerca de 5,1 mil colaboradores, dos quais cerca de 3,5 mil na linha de produção.O salário de ingresso gira em torno de R$ 2,8 mil, além de vale-mercado de R$ 340, convênio médico e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) – que em 2016 foi de R$ 24,8 mil. Segundo Butka, o perfil para as vagas é ensino médio completo e qualificação básica na área metalúrgica. De acordo com a Renault, interessados devem se cadastrar pelo site da RH Nossa. Não serão aceitos currículos na portaria da fábrica.
No ano passado, saíram da fábrica de São José dos Pinhais 205 mil unidades, entre veículos de passeio e comerciais leves.
Situação oposta à da Renault enfrenta a planta da Volkswagen/Audi, também em São José dos Pinhais. “A Volks passou por um momento delicado nos últimos dois anos, o pior da história dela no Brasil, e deve atravessar 2017 em situação não diferente, com possibilidade de trabalhar em um turno no segundo semestre se o mercado não aquecer”, antecipa o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka.
Ele comenta que a montadora conta com cerca de 2 mil empregados. No ano passado, desligou 250 trabalhadores que aderiram ao Programa de Demissões Voluntárias, que ofereceu uma bonificação de 2 salários para cada ano de trabalho. “Para manter um turno, provavelmente no segundo semestre terá layoff para todo o segundo turno. No terceiro só tem o pessoal da manutenção”, explica.
O presidente do SMC afirma que a VW/Audi mantém a fábrica paranaense com a expectativa de voltar a crescer
nos próximos dois anos. “Uma empresa que chegou a montar 260 mil veículos produziu pouco mais de 60 mil
no ano passado”, lamenta o sindicalista.
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