Publicado em 07/12/2016
Fonte: Diário do Transporte
O Banco de Fomento da China, com apoio do governo chinês, vai financiar a partir de 2017, a fabricação de ônibus elétricos e painéis solares no Brasil. A linha de crédito é de R$ 1 bilhão e será para BYD investir na linha de produção, desenvolvimento de produtos, mas principalmente para financiar os ônibus para os empresários. A empresa chinesa possui desde 2015 uma planta em Campinas, no interior de São Paulo, para montar ônibus elétricos. A partir de fevereiro, a BYD vai abrir na região uma fábrica de painéis solares.
Com essa linha de financiamento, a BYD vai oferecer aos empresários de ônibus um contrato de leasing que, na prática, vai acabar cobrindo, no prazo de 10 anos, a diferença do valor entre um ônibus elétrico, hoje em torno de R$ 1 milhão, e de um modelo a diesel, em torno de R$ 500 mil, dependendo do modelo. A BYD diz que essas parcelas poderão ser pagas com dinheiro que será economizado com combustível e manutenção. A vida útil dos veículos elétricos é o dobro dos ônibus a diesel: de aproximadamente 20 anos.
Desigual
Ao mesmo tempo que a notícia pode ser interessante para ampliar a frota de ônibus elétricos no Brasil, também revela a possibilidade de uma situação desigual neste segmento. No país, a Eletra, empresa sediada em São Bernardo do Campo, que há mais de trinta anos produz trólebus, ônibus híbridos, com baterias ou modelos que combinem essas tecnologias, não encontrou até agora no governo brasileiro o mesmo estímulo.
Hoje no País existem veículos da Eletra circulando na capital paulista e no Corredor Metropolitano ABD, na Grande São Paulo. A Volvo, que desde 2012 produz ônibus elétricos híbridos em Curitiba, teve parte do desenvolvimento da tecnologia financiada na Europa, mas a comercialização não recebe incentivos extras do governo brasileiro. O temor é que a situação crie uma concorrência desigual no mercado de ônibus elétricos.
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