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Volkswagen terá hora extra para recuperar a produção

Publicado em 16/09/2016

Concessionárias da marca reduziram de 35 mil para 20 mil

Fonte: AutoData

Sem estoque na fábrica e com volume na rede abaixo do adequado para atender à demanda do mercado a Volkswagen do Brasil vai acelerar sua produção nos últimos meses do ano, fazendo inclusive uso de hora extra, para tentar recuperar a participação perdida por causa de problemas com abastecimento de peças. A ideia é produzir pelo menos 50 mil unidades/mês em novembro e dezembro, contra a média anterior de 35 mil, conforme informou em 13 de setembro, o presidente da Volkswagen do Brasil, David Powels.

A empresa entrou em férias coletivas em meados de agosto, após romper contrato com um grupo de fornecedores com o qual vinha tendo problemas desde o ano passado, e os funcionários das fábricas de São José do Pinhais, PR, e de Taubaté, SP, retornariam em 15 de setembro. A volta em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, se daria em 20 de setembro. Em função de depender agora de novos fornecedores a montadora estima que serão necessárias de duas a três semanas até retomar o ritmo normal de suas linhas de produção.

Além de ter perdido participação no mercado interno por falta de produção – seu Market share este ano baixou para apenas 12,8% – a Volkswagen também não conseguirá atingir a meta de exportar 125 mil veículos em 2016. As vendas externas devem ficar em torno de 120 mil, volume 3,4% abaixo das do ano passado. “Nos nossos principais mercado, a Argentina e o México, normalmente trabalhamos com estoque maior. Mas perdemos vendas no Exterior por falta de produção”, comentou Powels.

Na sua rede brasileira de concessionários a montadora tem hoje cerca de 20 mil unidades, quando o normal é por volta de 35 mil. Segundo fontes da área de distribuição, prevalecem no estoque modelos de menor saída, o que tem levado a marca a perder vendas. Como diz o presidente da Volkswagen do Brasil, “o cliente de agosto não vai esperar novembro para comprar”.

Com a aceleração da produção no último bimestre a montadora quer ao menos retomar participação de 14% no mercado interno, reconquistando parte do espaço perdido ao longo deste ano. Desde o início de 2015 a Volkswagen deixou de produzir 150 mil veículos devido à falta de componentes. Com relação ao mercado brasileiro, Powels avalia que “o fundo do poço já chegou”. Ele acredita em recuperação no próximo ano, com volume um pouco superior em relação aos 2 milhões de automóveis e comerciais leves que projeta para 2016. A Volkswagen produzirá quatro modelos sobre nova plataforma no Brasil a partir de 2018, prometendo para o próximo ano novidades na área de importados. A montadora investe no Brasil, no período de 2015 a 2020, montante de R$ 6 bilhões.

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