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Reino Unido: Ford pode cortar postos de trabalho e demais montadoras estão preocupadas

Publicado em 28/06/2016

Indústria automotiva teme mudanças com a saída dos países da União Europeia

Fonte: Notícias Automotivas  

O impacto da saída do Reino Unido da União Europeia gera grandes discussões no mercado automotivo. Várias montadoras já se pronunciaram contra e algumas já temem que o governo britânico terá muitos problemas daqui para frente.

A Ford, por exemplo, já avisou que tomará todas as medidas necessárias para manter as operações na Europa rentáveis. A montadora americana emprega 14 mil pessoas em apenas duas fábricas, localizadas em Bridgend e Dagenham.

Ambas produziram no ano passado um total de 1,6 milhão de motores, mas com um detalhe crucial: todos foram exportados. Com volume 100% mandado para fora – especialmente para o continente europeu, que responde por 51% da demanda – analistas já falam em cortes nos postos de trabalho dessas duas unidades.

Isso pode acontecer por conta dos custos extras, já que a saída significaria o rompimento do acordo de livre comércio e a imposição de taxas aduaneiras e impostos de importação. A Ford já havia cortado 5,7 mil empregos com o fechamento de outras duas plantas na Inglaterra e outra na Bélgica. A empresa já vem falando em mais corte de custos pouco antes do referendo britânico.

Alemanha e Ásia

As montadoras alemãs já estão preocupadas com a retirada britânica da UE. A associação dos fabricantes germânicos advertiu que um conflito comercial com o Reino Unido resultaria em um dono enorme para o setor automotivo, em especial o alemão, que tem 100 plantas de produção, incluindo autopeças, na Grã-Bretanha.

A VDA fala em possível mudança de local de produção, o que seria desastroso para os britânicos. Além dos alemães, o Reino Unido terá de se preocupar também com os fabricantes asiáticos, que já sinalizam um atraso ou congelamento nos investimentos para o país.

Toyota e Nissan já haviam se posicionado a favor da manutenção do Reino Unido na União Europeia, por conta da preservação de suas operações. Com a saída, ambas afirmam que o setor automotivo britânico está em grande risco. Pelo menos 800 mil pessoas dependem dessa indústria no país.

Uma fonte anônima de um fabricante com planta na Inglaterra disse “que não há escolha. As decisões atuais são feitas com cautela e podem começar com o cancelamento de um novo produto ou atraso na atualização de outro”, completou. O motivo é simples, mesmo sem qualquer movimento nesse sentido, as ações das marcas asiáticas com fábricas no Reino Unido já caíram.

Um acordo após a saída?

Metade da produção da Honda – Civic e CR-V – é exportada para a Europa continental. No caso da Toyota, 75% do volume cruza o Canal da Mancha. A Jaguar Land Rover produziu 475 mil carros em 2015 e a maioria seguiu para o continente e outros países. A empresa deve perder US$ 1,47 bilhão por ano com a saída britânica, mas ainda não sabe que tipo de acordo comercial deve surgir após o chamado Brexit. A situação da MINI, de propriedade da BMW, é outro exemplo.

Essa é a expectativa de muitos fabricantes com investimentos no Reino Unido. O problema é que não se espera boa vontade por parte de Bruxelas, segundo alguns analistas. O mesmo movimento foi observado no referendo sobre a independência da Escócia.

A saída dos escoceses significaria o rompimento com a UE e o país teria que entrar na fila para se candidatar para reingresso no bloco. A questão anglo-escocesa se complica ainda mais com o Brexit e o setor automotivo, por enquanto, não vê a situação com bons olhos.

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