Publicado em 26/04/2016
Fonte: Agência Fiep
A indústria paranaense continua sem sinais de recuperação em meio à crise econômica enfrentada pelo País. No primeiro bimestre do ano, registrou queda de 2,53% em vendas industriais na comparação com os dois primeiros meses de 2015. Mesmo o acréscimo de 10,85% em fevereiro contra janeiro não revela esperança, já que as compras de insumos — que também caíram nos dois primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado,- 8,40%, e apontaram estabilidade no mês a mês, de 0,04% — não acompanharam a evolução das vendas. O nível de emprego no acumulado do ano registrou queda de 3,41% ante igual período de 2015.
Já no mês a mês, o item (nível de emprego) também apresentou estabilidade: 0,81% em fevereiro na comparação com janeiro deste ano. Os dados fazem parte da Pesquisa Conjuntural da Indústria, realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
“Apesar do aumento de vendas, acompanhado pelo aumento de horas trabalhadas, do emprego e da capacidade instalada, fevereiro não mostra recuperação da indústria, já que compras de insumos não acompanharam a evolução das vendas”, explica o economista da Fiep, Marcelo Percicotti. “Parece, portanto, apenas um momento de ajuste entre oferta e demanda num patamar menor do que o registrado nos últimos meses, por conta da capacidade reduzida de se prever o comportamento da economia no futuro próximo”.
As vendas industriais da indústria paranaense para o Estado aumentaram 14,91%; para outras localidades, o acréscimo foi de 3,99%, e de 17,68% para o exterior. Já no acumulado do ano, registraram queda de 2,88% nas vendas para o Paraná e de 12,73% para outros Estados sobre o alcançado no mesmo período de 2015. Nas exportações, a evolução foi positiva em 32,40%.
“A expansão das vendas no mês de fevereiro contra janeiro pode ser creditada à performance positiva observada em 13 dos 18 gêneros pesquisados”, destaca Percicotti. Os setores que registraram melhor desempenho em vendas foram vestuário, com elevação de 63,08% — aumento sazonal e recuperação da queda de 52,48% registrada em janeiro; borracha e plásticos, com acréscimo de 30,27% obtidos a partir da do aumento de demanda e do bom resultado de veículos automotores (27,22%); e alimentos e bebidas, com aumento de 15,16% e recuperação e aumento de exportações.
Há estoques
O aumento discreto de 0,04% em compras de insumo no mês contra mês indica, segundo avaliação de Percicotti, “que ainda há estoques suficientes nas indústrias paranaenses”. As compras realizadas no Estado subiram 0,67%. As de outros estados elevaram 2%. Já quanto às importações, a queda foi de 6,34%.
Os gêneros com aumento no volume de compras foram têxteis, com 240,55%, impulsionados por compras sazonais de algodão; vestuário, com acréscimo de 40,34%, que acompanhou a evolução de vendas; e borrachas e plásticos, com elevação de 37,72%, também em harmonia com as vendas.
Já as maiores quedas foram apresentadas por refino de petróleo e produção de álcool, com – 14,58% devido ao fim das compras sazonais; couros e calçados, com queda de 13,38% conectados ao decréscimo da produção; e madeira, com baixa de 11,49% a partir da redução de pedidos.
Vagas
Ao todo, 11 setores registraram resultados negativos no nível de emprego, enquanto sete apresentaram saldo positivo, quando comparado fevereiro com janeiro. O emprego diretamente ligado à produção subiu 0,42%. Os setores que apresentaram os maiores aumentos em nível de emprego foram alimentos e bebidas, com 1,79%, devido ao aumento de produção; vestuários, com 1,37% também por incremento na produção; e couros e calçados, com 0,92%, devido à estabilidade do segmento. As maiores perdas de vagas foram apontadas em têxteis, com -4,33%, por conta de ajustes produtivos; borracha e plástico, com queda de 2,97% causada por ajustes à demanda; e edição e impressão, com redução de 2,97% também por queda de pedidos.
Já a massa salarial líquida cresceu 5,50% na comparação com janeiro. Houve aumento também, de 1,28%, no total de horas trabalhadas, e acréscimo de 1% na utilização da capacidade instalada, que chegou a 71%. O índice é idêntico ao obtido em fevereiro do ano passado.
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