Publicado em 05/10/2015
Fonte: Gazeta do Povo
Em um ano complicado, no qual enfrentou a maior greve de sua história e vê queda próxima de 50% na produção e nas vendas de caminhões, o grupo Volvo celebra a marca de 300 mil veículos produzidos desde a inauguração de sua fábrica em Curitiba.
Em setembro, os licenciamentos de caminhões da empresa caíram 58,1% em relação ao mesmo mês de 2014, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Desde o início do ano, a queda acumulada é de 55,5%. As categorias pesada e semipesada, foco de atuação da Volvo, são as que mais sofrem com a baixa demanda neste ano.
Mesmo assim, o vice-presidente de RH e Assuntos Corporativos, Carlos Morassutti, destaca que o planejamento estratégico da empresa no Brasil sempre manteve o foco no médio e longo prazo. “Estamos vivendo um momento delicado, sim, mas isso não vai durar para sempre. E nós temos que tomar as nossas decisões sem comprometer o futuro. Por isso, temos que nos ajustar, mas sem perder o norte maior, que para nós é olhar para pelo menos dez anos”, afirma. O Brasil é o segundo maior mercado de caminhões da Volvo, atrás apenas dos Estados Unidos.
A fábrica paranaense – hoje uma das mais avançadas da Volvo no mundo – começou a funcionar em 1979, quando foi montado o primeiro veículo no país, um chassi de ônibus modelo B58. Um ano depois, foi iniciada a produção de caminhões, com a montagem do modelo N10, com motor de 260cv.
Recentemente, a empresa modernizou a linha de produção de caminhões para poder lançar a nova geração de veículos e também automatizou e inovou as linhas de pintura e solda de sua fábrica de cabines. Além disso, um programa de investimentos de US$ 500 milhões, anunciado em 2012, executado em quase sua totalidade, ampliou instalações dentro da planta, como o novo prédio administrativo, a casa do cliente, o centro de treinamento e outras áreas.
Perspectivas
Apesar de não falar em números, o vice-presidente Carlos Morassutti afirma que a produção e vendas da empresa não devem retornar aos patamares mais altos, anteriores ao ano passado, antes de 2016. “Nós estamos sujeitos ao que está acontecendo no país. Nosso olhar de curto prazo diz que haverá melhoras muito pequenas que começam a acontecer na sequência, mas para falar do ano que vem ainda é cedo”, diz.
Ajustes
Segundo Morassutti, para se ajustar ao momento de dificuldade econômica do país, a companhia passou por revisões de volume de produção e de gastos, que, para os funcionários, resultaram em uma menor participação nos lucros e resultados (PLR) e um reajuste salarial limitado à reposição da inflação. Dos 4 mil empregados, 300 estão com os contratos de trabalho suspensos, em regime de layoff.
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