Publicado em 03/08/2015
Fonte: Agência Gestão CT&I
O Brasil precisa superar vários desafios para ampliar seus indicadores de inovação. Entre eles, rever o papel das universidades e sua relação com as empresas e o governo, aumentando a interação de forma que estimule as iniciativas inovadoras. De acordo com especialistas na área, tudo isso passa por uma reflexão sobre a qualidade do ensino superior brasileiro e um maior investimento privado no setor.
Segundo o secretário executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, é necessário quebrar um paradigma imposto nas universidades brasileiras, que é o de não se aproximar das empresas. "Infelizmente, um desafio enfrentado é a defesa de que a universidade, para se manter pura, não deve fazer contato com empresas. Eu acredito que a universidade tem a obrigação de manter contato com todos os setores da sociedade, o que não significa que ela deve absorver os seus valores capitalistas", comentou.
Presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Gerson Valença Pinto acredita que é necessário mais investimento privado em inovação, ainda muito baixo. Por outro lado, acredita que houve um avanço nos últimos dez anos, fruto da criação de leis como a de Inovação e a "do Bem", que influenciaram a aproximação entre universidades e empresas.
"Acho que estamos no meio do caminho, não dá para dizer que alcançamos um estado de maturidade, tem um espaço para avançar e tornar a inovação ainda mais institucional no País. E como fazer essa aproximação? Realizando atividades, parcerias. Não pode ficar apenas no campo filosófico, do debate", defendeu.
Já o reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Targino de Araújo Filho, que também é presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), destacou a importância de formar empreendedores já em um ambiente de valorização da inovação, e continuar produzindo pesquisa de qualidade. Além disso, ele defendeu ampliação dos investimentos nos Núcleos de Inovação Tecnológica das universidades, “principais mediadores das relações entre essas instituições e a indústria brasileira.”
O debate foi realizado em julho, durante a programação da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
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