Publicado em 26/11/2014
Fonte: Automotive Business
Após dois anos de desenvolvimento, a MWM International comemora o contrato de fornecimento dos novos motores da Série 229 e Série 12 que atendem a legislação de emissões de poluentes e ruídos para máquinas agrícolas e de construção denominada MAR I, incluída no Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) e que entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2015. Os propulsores equiparão tratores da Agrale a partir de 2017, quando entra a segunda etapa da lei, dedicada ao segmento agrícola. O volume estimado é de 3 mil unidades por ano.
“Este novo contrato com a Agrale é motivo de grande celebração. Além dela, já iniciamos todo o trabalho de oferta da nova linha de motores com os atuais clientes e também com as newcommers”, revela Thomas Püschel, diretor de vendas e marketing da MWM International.
O executivo conta que tem tido êxito nos novos negócios e cita o caso da JCB, que fez uma pré-adaptação de alguns equipamentos de construção para teste dos novos motores. “Já para as newcommers, uma série delas estão chegando ao Brasil, a maioria sem engenharia local. O fato da MWM International ter desenvolvimento no País é o diferencial: contribui para o índice de nacionalização e o que é muito relevante para o setor, torna o produto apto para o Finame”, defende. Segundo ele, a fabricante oferece produtos cuja localização supera os 95% em alguns casos, considerando apenas que o conjunto do sistema de injeção eletrônico ainda é o item sem fabricação nacional.
“A capilaridade da rede – hoje com 480 pontos de atendimento – também reforça o nosso trabalho junto aos novos parceiros”, lembra.
Com a entrada em vigor da legislação – que atuará de forma escalonada – Püschel não acredita em um impacto negativo nas vendas para o ano que vem: “A primeira fase diz respeito primeiro às máquinas de construção: a partir de 2015, elas deverão atender os limites de ruído, e até 2017, os limites de emissões. Este segmento em particular é muito ligado ao sistema de concessões de obras de infraestrutura e claro, construção civil. O que está previsto para ser entregue de 2015 em diante já está preparado para esta primeira fase, todas as fabricantes estão se antecipando, incluindo as newcommers”.
Parte das empresas aproveita o advento da nova legislação para coincidir com a renovação ou atualização de suas linhas de máquinas, tanto agrícolas como de construção. Püschel revela que os clientes estão em fase final de homologação dos novos equipamentos: “Provavelmente seremos o primeiro fabricante de motor homologado para a nova legislação”, aposta.
ANTECIPAÇÃO PLANEJADA
A estratégia de se antecipar à legislação já constava na agenda da MWM International há pelo menos quatro anos. Püschel lembra que a empresa destinou parte significativa do ciclo de investimento de 2010-2015 para este novo projeto de motores dedicados ao setor off-road. “Assim como o projeto de motores Euro 5 pra caminhões e ônibus eram a prioridade do ciclo de investimento 2010-2015, e já concluídos, o próximo ciclo 2015-2020 terá parcela importante para a engenharia dos motores off-road, principalmente os agrícolas, além de contemplar a melhora contínua dos processos de manufatura e a adaptação e treinamento da rede”, aponta.
Para Cristian Prates Malevic, gerente da divisão de engenharia da MWM International, a estratégia do Ibama e do Conama, órgãos responsáveis pela regulamentação e homologação dos equipamentos, de determinar uma lei progressiva e por etapas ajudou no planejamento. “O prazo é adequado dentro dos parâmetros e limites propostos. Mais uma vez: a vantagem de ter desenvolvimento local é um diferencial. Já temos uma linha toda adequada para o setor de construção e faltam apenas alguns detalhes ligados à calibração final (maior potência por litro) para a fase agrícola, que só entra em vigor em 2017”, explica.
O processo utilizado pela MWM International parte do downsizing: adaptar motores menores para fazer o trabalho dos maiores. A empresa também cuidou de preparar os propulsores de forma a entregar outras vantagens, além do que pede a legislação, o que agrega mais valor ao produto: “Conseguimos resultados importantes, como o aumento do intervalo da troca de óleo e a melhora significativa do consumo de combustível”, observa.
Ele acrescenta que considera assertiva a decisão de escalonar os limites por segmento, uma vez que a indústria nacional de máquinas não seguia nenhuma norma de emissão até agora: “É uma tratativa inteligente, porque o dá tempo para adaptação da indústria e evita que as empresas parem de uma vez para atender a programação sem impactar no mercado e na oferta de produtos”, avalia.
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