Publicado em 05/11/2014
Fonte: AutoData
Um total de 85% das vendas da Scania no País são de veículos customizados e, por conta disso, a logística interna de autopeças sempre foi um desafio para a companhia – são milhares delas que precisam chegar às linhas de montagem na hora certa.
São exatamente 27,3 mil tipos de componentes e 1,1 mil variantes de montagem de caminhões e ônibus. Por isso há nada menos do que três milhões de possibilidades de combinações.
Para aumentar a eficiência logística a montadora implantou em novembro de 2013 projeto para otimizar o planejamento de materiais e o nível de ocupação no transporte. Uma torre de controle avalia diariamente os volumes necessários para a produção, seus respectivos níveis de estoque e a capacidade de veículos no processo, e decide em tempo real se é necessário antecipar ou atrasar as coletas junto aos fornecedores para alcançar níveis de ocupação dos caminhões próximos a 100%.
Segundo Fabio Castello, gerente executivo de Logística da Scania Latin America, “basicamente os caminhões buscam os insumos quando necessário e de forma a aproveitar toda a capacidade de transporte possível. Antes as viagens eram agendadas e fixas”.
Isso é possível porque desde 1999 a Scania realiza a retirada dos insumos nos próprios fornecedores, a maioria instalada nas regiões Sul e Sudeste. Todas as partes são levadas para o Centro de Distribuição em Mauá, SP, e de lá seguem para a fábrica de São Bernardo do Campo, SP conforme a demanda diária.
Nos primeiros doze meses de funcionamento o projeto trabalhou com trinta dos duzentos fornecedores brasileiros da Scania. “A meta é que até 2015 todos já estejam dentro do novo processo logístico.”
Os resultados já são expressivos: 103 viagens de caminhões deixaram de ser feitas no período, o que resultou em cerca de 100 mil quilômetros a menos percorridos e consequente redução de 113 toneladas de emissão de poluentes na atmosfera. “Além disso o custo com o transporte recuou 5% no período.”
Segundo Castello o objetivo é buscar de forma constante a redução de prazos de entrega e o volume de material em estoque. “Com isso impactamos positivamente os custos operacionais e tornamos a infraestrutura mais enxuta e racional.”
Mas para que o processo dê certo os fornecedores também precisam colaborar. Por isso a Scania envia a todos, e diariamente, sua programação de compras. “Os boletins diários trazem dados sobre as próximas três semanas de fornecimento e ainda previsão para os três meses seguintes.”
Ao todo quinze indicadores compõem as previsões da montadora, e ainda há informações sobre expectativas de vendas pelos concessionários, histórico, pedidos urgentes e negócios em andamento. “É um trabalho minucioso, mas os resultados têm nos mostrado que vale a pena.”
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