Publicado em 02/10/2014
Fonte: Boris Feldman para Papo de Roda/R7
A Google surpreendeu o mundo quando apresentou aquela “coisa” sobre rodas com um radar no teto. Explicou ser um automóvel que roda sem motorista. A Mercedes-Benz, mais discreta, já tinha apresentado a mesma solução no Salão de Frankfurt no ano passado. Era um novo Classe S (seu topo de linha) também capaz de rodar sozinho em ruas e estradas, sem nenhum aparato externo no teto, grade ou parachoques que o identificassem como “carro autônomo”. Outros fabricantes também desenvolvem automóveis (ou computadores sobre rodas?) com tecnologia semelhante, todos prevendo que o sistema estará disponível comercialmente apenas na próxima década.
Mas, antes do carro que anda sozinho, estaremos dirigindo “carros conectados”, que “conversam” com centrais de controle de trânsito e também entre si. Terão transmissores/receptores que trocam informações e se comunicam, prevenindo motoristas de eventuais perigos no entorno. São advertidos eletronicamente se um carro que vai a frente freia bruscamente, se há um desvio ou um acidente depois da curva. O governo norte-americano pretende tornar esta tecnologia obrigatória em automóveis e caminhões até o final desta década, tornando cada veículo parte de uma grande rede de comunicação que, entre outras, reduzirá o volume de acidentes rodoviários.
Além de conversar “entre si”, automóveis se comunicarão também com centrais de gerenciamento do trânsito rodoviário. Em Singapura, por exemplo, o valor do pedágio na estrada é variável, estimulando motoristas a viajar num horário de menor tarifa, reduzindo o congestionamento nas horas de pico de trânsito. Na Inglaterra, o sistema muda a velocidade máxima nas placas ao longo da estrada para distribuir melhor o fluxo de veículos, montando “comboios” nas rodovias. A Comunidade Europeia já estabeleceu protocolos para que automóveis e centrais de controles de trânsito tenham sistemas de comunicação de mesma frequência. E definem agora o prazo para tornar o equipamento obrigatório.
Além de organizar o tráfego nas rodovias, os carros “conectados” serão informados da existência de vagas em estacionamentos, evitando um considerável desperdício de tempo e combustível de automóveis que circulam em busca de espaço para encostar. Além do consumo, se reduz também os níveis de poluição nos grandes centros.
Alguns automóveis já contam com essa tecnologia de comunicação com o mundo externo. Vários modelos (o Novo Ford Ka no Brasil, por exemplo) tem dispositivos que percebem que o carro se acidentou e acionam (por linha telefônica) o socorro médico. Motoristas serão alertados eletronicamente (e não pela sirene) de uma ambulância ou do corpo de bombeiros vindo atrás, para facilitar sua passagem. Ou informados da velocidade que devem manter para encontrar todos os semáforos aberto em seu caminho (“linha verde”).
Seu automóvel estará brevemente integrado com todos os outros circulando na mesma região e também com centrais de controle de tráfego, numa grande rede de integração com informações atualizadas a cada segundo.
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