Publicado em 02/10/2014
Fonte: Michele Loureiro para AutoData
Estudo da Usina Hidrelétrica de Itaipu aponta que caso 100% dos veículos comercializados no Brasil fossem totalmente elétricos o consumo de energia no País aumentaria 3,3%. O índice foi calculado tomando por base venda de 3,4 milhões de veículos em um ano.
Para o coordenador técnico de veículos elétricos da Usina de Itaipu, Marcio Massakiti, o estudo comprova que o carregamento dos veículos elétricos em tomadas não representa risco para o abastecimento do País. “Se 10% da frota fosse elétrica, um número mais real, o aumento do consumo seria de meros 0,3%. Esse índice é bem menor do que o aumento da demanda anual causado por maior quantidade de eletrodomésticos, por exemplo.”
O coordenador participou da 23ª Edição do Congresso SAE Brasil, 1º de outubro, em São Paulo. “Um chuveiro elétrico consome de três a quatro vezes mais energia do que o abastecimento de um carro elétrico em uma residência.”
Massakiti considera infundado temor pelo gasto exagerado de energia para carregar os veículos elétricos: “Isso é mito criado por quem não fez as contas”. Para ele, os consumidores poderiam tranquilamente recarregar seus carros nas residências. “Precisamos simplificar e entender que o veículo é uma espécie de notebook com rodas. Na Europa 80% dos usuários de elétricos fazem o abastecimento em sua rede doméstica. As adaptações são mínimas.”
A Usina de Itaipu mantém 60 veículos elétricos para testes. Montadoras como Renault, Fiat e Agrale colaboram com as pesquisas. O mais recente projeto piloto foi realizado com seis veículos que circularam na área interna da usina por 15 mil quilômetros, em oito mil horas, durante dois meses.
Foram realizadas 259 recargas durante 870 horas e os resultados indicaram redução de duas toneladas de emissão de CO2, consumo de 2,3 mil KWh e R$ 3,1 mil poupados. “Todos os testes levam a crer que essa tecnologia é a mais viável.”
Renault – Ainda este mês a Usina de Itaipu começa a montar 32 unidades do Renault Twizy em uma pequena linha de montagem artesanal em Foz do Iguaçu, PR – o anúncio desta parceria ocorreu há um ano.
Os kits SDK foram importados da Espanha e serão analisados pela equipe da usina, que será acompanhada em tempo integral por um profissional da Renault para garantir que o protocolo seja seguido corretamente. Cada veículo deve levar cerca de uma semana para ser montado.
A ideia, segundo Massakiti, é compreender o funcionamento estrutural dos veículos e identificar quais seriam os componentes passíveis de nacionalização. Em um segundo momento, fornecedores locais serão contatados para dar andamento ao projeto. Todas as unidades do Twizy serão utilizadas apenas dentro da usina.
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