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Montadoras investem em carro elétrico, apesar da falta de incentivo

Publicado em 16/09/2014

Brasil não prevê benefícios fiscais para a compra desses veículos

Fonte: Juliana Estigarríbia para Diário Comércio Indústria e Serviços

Presentes em diversos países, os carros elétricos estão se tornando realidade no Brasil também com investimentos de grandes empresas. O país não prevê, porém, qualquer incentivo fiscal para a compra desses veículos, fator importante para alavancar vendas.

Mesmo assim, a BMW lança no Brasil, o seu primeiro modelo 100% elétrico produzido em larga escala, o i3. A perspectiva da montadora é comercializar, ainda em 2014, cerca de 100 unidades, o que deve render à companhia alemã um faturamento de ao menos R$ 22 milhões.

"Decidimos trazer o carro mesmo sem a perspectiva de contar com tributação especial", afirmou o presidente e CEO do Grupo BMW do Brasil, Arturo Piñeiro.

Somente nos primeiros seis meses deste ano, a companhia comercializou 6 mil unidades desse modelo na Europa e no Japão.

Segundo a montadora, o mercado brasileiro ainda é incipiente neste segmento, mas tem potencial de expansão. "A tendência é aumentar o volume de vendas para 150 ou 200 unidades no ano que vem. Já há uma procura significativa pelo nosso produto", garante o diretor de vendas do Grupo BMW no Brasil, Martin Fritsches.

O executivo disse ainda que a montadora está negociando parcerias com estabelecimentos como postos de gasolina, shoppings, aeroportos e hoteis para ampliar a oferta de recarga ao consumidor, ainda que o veículo consiga rodar até 200 quilômetros com propulsão totalmente elétrica. "Dificilmente, alguém irá rodar mais do que isso em um único dia", diz.

De acordo com a BMW, uma recarga residencial total do motor elétrico do i3 custa, em média, apenas R$ 7 para o consumidor. O modelo conta ainda com uma reserva do motor a combustão (gasolina), que garante 100 quilômetros extras de autonomia. E esta é a preocupação principal quando se fala em veículo elétrico. No entanto, o gerente de vendas e marketing da companhia, Carlos Cortes, garante que a novidade i3 será recarregado majoritariamente em casa.

"Com a autonomia do nosso veículo elétrico, será possível rodar nos grandes centros por até uma semana", destaca o executivo. "As parcerias serão somente uma forma de ampliar a percepção de segurança do consumidor", complementa o gerente de vendas da BMW.

Feito para metrópoles

O i3 é um modelo de veículo elétrico bastante compacto, desenhado para grandes cidades, que cada vez mais perdem espaço. Neste cenário, outras montadoras também já apostam nesta tendência.

"A Aliança Renault Nissan está investindo 4 bilhões de euros nesta nova tecnologia. Buscamos também o apoio do governos e de empresas que possuem a sustentabilidade na sua agenda e, com isso, desmistificar o uso dos veículos elétricos", afirmou ao DCI, a gerente de relações institucionais e governamentais e chefe do carro elétrico para a Renault do Brasil, Silvia Barcik.

De acordo com a executiva, as primeiras revelações de veículos elétricos da Aliança foram realizadas em 2010. Desde então, no Brasil, a Renault fez parcerias com as cidades de Brasília (DF) e Curitiba (PR), além de empresas como Itaipu, Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Federal Express (Fedex) e o Grupo TPC, com sede em Salvador (BA).

"Já vendemos cerca de 70 veículos zero emissões da Renault, no País", conta a executiva. Os modelos comercializados são os compactos Zoe e Twizy e o furgão Kangoo.

Perspectivas

Para a gerente da Renault, o mercado zero emissões ainda crescerá muito no Brasil. "Não temos dúvida de que o veículo elétrico representará uma parcela significativa da frota nacional", destaca. "Porém, a velocidade para se chegar lá vai depender dos incentivos governamentais e reduções tributárias", pondera Silvia.

Para o diretor de vendas da BMW, Martin Fritsches, a expansão do mercado de elétricos só será possível com ações conjuntas. "É questão de tempo para que o governo comece a incentivar essas práticas. Mas isso só ocorrerá em parceria com outras montadoras".

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