Publicado em 11/09/2014
Fonte: G1, com Reuters
A indústria brasileira de veículos registrou queda de 22,4% na produção em agosto sobre igual período do ano passado, a 265,9 mil unidades, segundo dados associação que representa o setor, Anfavea, divulgados nesta quinta-feira (4).
No acumulado dos oito primeiros meses do ano, a produção chegou a 2,1 milhões de veículos, o que significa um recuo de 18% na comparação anual.
Segundo a Anfavea, as vendas de veículos novos no Brasil em agosto caíram 17,2% sobre o mesmo mês de 2013, para 272,5 mil unidades.
O declínio na produção de automóveis tem como pano de fundo um cenário de demanda mais fraca no mercado interno, com seletividade dos bancos em aprovar financiamentos, e com as montadoras seguindo pressionadas por estoques elevados.
Exportações
As exportações da indústria também vêm sendo atingidas: em agosto, houve queda de 50,6% sobre um ano antes, enquanto no acumulado do ano o recuo chega a 38,1%, com 235,4 mil veículos exportados, informou a Anfavea.
O economista Fabio Silveira disse à GloboNews que o endividamento das famílias, a estagnação dos salários e do crédito impedem a alta da produção. "Mais um fator negativo, a Argentina, que é o destino de boa parte da produção automobilística, passa por uma recessão."
Emprego
O número de trabalhadores do setor também caiu, apresentando os piores resultados desde maio de 2012. Em agosto, eram 148.892 pessoas empregadas na indústria, contra 150.295 em julho (queda de 0,9%) e 157.641 empregados em agosto de 2013. Nesse período, a retração foi de 5,5%.
Expectativas
Para o presidente da entidade, Luiz Moan, a situação no segundo semestre deverá ser "muito melhor" que na primeira metade do ano. A jornalistas, ele afirmou que a reação da rede bancária à facilitação do crédito só foi sentida na última semana de agosto, mas essa é uma tendência que deverá ajudar a indústria daqui para frente.
A Anfavea manteve as expectativas para o ano, que tinham sido reduzidas em julho, para projetar recuo de 10% na produção, declínio de 5,4% nas vendas no mercado interno e queda de 29,1% nas exportações.
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