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VW e Fiat Chrysler: aspectos que influenciariam a improvável fusão

Publicado em 22/07/2014

Companhias negaram interesse, mas negócio poderia trazer benefícios.

Fonte: Automotive Business

A compra da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) pela Volkswagen, que foi levantada pela revista alemã Manager Magazin (leia aqui), já foi negada pelas duas companhias. Ainda assim, analistas apontam que o negócio poderia trazer benefícios para as duas organizações.

Artigos publicados pela agência Automotive News Europe e pelo Wall Street Journal apontam que a compra da concorrente poderia ser um atalho para a Volkswagen alcançar o objetivo de ser líder global de vendas. A acirrada disputa com a Toyota e com a General Motors pelo posto poderia ficar para trás se a fusão acontecesse. O negócio geraria uma companhia com vendas superiores a 14 milhões de carros por ano, vantagem de pelo menos 4 milhões de unidades sobre a segunda colocada no ranking global.

A Fiat Chrysler também seria a solução para a montadora alemã aumentar a penetração nos Estados Unidos. Enquanto os carros da Volkswagen não despertam tanto interesse do consumidor da região, os modelos Jeep e RAM permanecem atrativos no país. As marcas reconhecidas globalmente pelos utilitários esportivos e picapes também são expressivas para o consumidor chinês, apesar de ainda terem participação pequena naquele mercado.

Recentemente o Grupo Volkswagen anunciou a meta de cortar, até 2017, em € 5 bilhões os custos com pesquisa e desenvolvimento e com funcionários e elevar a produtividade. A princípio, a aquisição da companhia italiana e sua controlada americana poderia significar uma atitude contrária a esta decisão. Por outro lado a incorporação de marcas que complementassem o portfólio da empresa alemã seria uma oportunidade de economizar no desenvolvimento de novos veículos para segmentos em que a Volkswagen ainda não tem presença bem estabelecida.

Há ainda interesse declarado da Volkswagen na Alfa Romeo. No passado, tanto o presidente do conselho da Volkswagen , Ferdinand Piech, quanto o CEO da companhia, Martin Winterkorn, reconheceram isso. Há dois anos o líder da Fiat Chrysler, Sergio Marquionne, respondeu publicamente em tom mal educado, recomendando que a Volkswagen fosse “cantar em outro lugar.”

DESAFIOS

Para controlar a recém-estabelecida FCA, no entanto, o grupo alemão precisaria fazer um alto investimento. Especialistas apontam que, caso a negociação fosse adiante, a empresa poderia resolver isso com financiamento ou levantando capital no mercado. O conglomerado fruto de uma fusão entre as duas gigantes europeias teria como desafio adicional o alto nível de complexidade.

Ainda assim, a maior barreira ao negócio estaria nas autoridades reguladoras de mercado, que poderiam não aprovar o acordo em algumas regiões. Uma delas é a América Latina, principalmente o Brasil onde a Fiat é líder em vendas e a Volkswagen ocupa o segundo lugar no ranking. Neste caso, apontam os analistas, a empresa poderia considerar a venda da operação local da Fiat a um grupo chinês, por exemplo.

O outro lado da negociação, o Grupo Fiat Chrysler, também poderia encontrar vantagens no acordo. A família Agnelli, que detém a maior participação acionária no conglomerado italiano, terá de decidir entre manter a confiança no ambicioso plano de negócios da companhia para os próximos anos, liderado por Sergio Marchionne, ou aceitar uma eventual proposta da Volkswagen, vender as operações com a opção de manter ainda a Ferrari, marca mais lucrativa.

Analistas de mercado acreditam que, apesar dos muitos riscos, a fusão entre Volkswagen e FCA faz sentido e seria capaz de mudar o panorama da indústria automotiva global. No cenário de forte expansão das vendas de carros premium, o novo grupo deteria o controle de boas parte das marcas do segmento: Alfa Romeo, Audi, Bentley, Bugatti, Lamborghini, Maserati e Porsche.

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