Publicado em 08/07/2014
Fonte: Sueli Reis, para Automotive Business
A Anfavea volta a bater na tecla da carga tributária e anuncia que apresentará um estudo detalhado de como os impostos brasileiros incidem sobre o preço dos veículos para o consumidor. Segundo o presidente da associação, Luiz Moan, a entidade prepara um seminário para tratar exclusivamente do assunto, mas não disse quando pretende realizá-lo.
Há uma semana, no dia 30 de junho, em seu último encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, Moan comentou que “durante a reunião, deixamos claro ao ministro que a carga tributária para a indústria é bastante alta e que ela dificulta o desempenho do setor”. Por outro lado, em tempos de crise, quando procurado por representantes da indústria automotiva - como foi o caso da última semana -, era justamente a alíquota de um imposto, o IPI, que o governo alterava para reduzir ou manter o preço e assim atrair compradores.
Durante o encontro mensal com a imprensa, realizado na segunda-feira, 7 de julho, em São Paulo, o executivo admitiu: “Se o IPI tivesse aumentado, neste ano, a queda [das vendas] seria de quase 10%”, disse Moan. Com o argumento da carga tributária elevada no País, o executivo apresentou uma prévia do conteúdo do seminário sobre tributação.
De acordo com os dados, a entidade calcula que a participação dos impostos no preço de um veículo repassado ao consumidor é de 28,1%, para modelos entre 1.0 a 2.0 flex, faixa que corresponde a 59,2% das vendas atuais.
Neste novo cálculo, a Anfavea considera apenas as alíquotas do IPI, PIS/Cofins e ICMS. As participações dos impostos variam de acordo com a motorização dos modelos: o preço final de um veículo 1.0 é constituído de 24% de imposto; para os modelos acima de 2.0 (flex) os impostos chegam a 33,3% (um terço) e 36,8% para aqueles movidos apenas a gasolina.
Ainda de acordo com a Anfavea, dados preliminares de 2013 apontam que o setor automotivo foi responsável pela arrecadação de R$ 178,5 bilhões em impostos, dos quais R$ 56,6 bilhões foram obtidos em custos de produção e R$ 121,9 bilhões no pós-produção. Foram considerados oito tributos diferentes, entre ICMS, IPI, PIS/Cofins, IOF, IPVA, DPVAT além dos impostos pagos sobre o combustível. As alíquotas são cobradas ao longo da cadeia produtiva, desde sub-fornecedores, fornecedores, passando pelas montadoras, comércio (concessionárias) e na utilização final pelo consumidor, na manutenção do carro.
“Este total equivale a 12% da arrecadação total dos tributos considerados. Se o setor automotivo fosse um estado, com este valor seríamos o sexto maior PIB estadual do Brasil em 2011, o nono maior PIB da América Latina em 2013 e o 65º maior PIB do mundo naquele mesmo ano”, disse Moan.
- Veja aqui as estatísticas sobre tributação da Anfavea (nas páginas finais do arquivo).
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