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Anfavea diz que segundo semestre será de retomada e crescimento

Publicado em 07/07/2014

Produção caiu 16,8% no semestre em comparação com o mesmo período de 2013.

Após divulgar os dados de produção de veículos do primeiro semestre, que apresentaram queda e forte retração se comparados aos do mesmo período de 2013, a Anfavea afirmou que o desempenho da indústria automobilística no segundo semestre será de retomada e crescimento.

Segundo Luiz Moan, presidente da entidade, a justificativa para esta alteração de viés está no fato de que os "desafios do primeiro semestre" foram superados. "As turbulências que pairaram sobre o setor neste primeiro semestre estão superadas e o viés agora é de crescimento. As questões de financiamento pelo PSI, que travaram a comercialização de veículos pesados e máquinas autopropulsadas no início do ano, foram resolvidas. O acordo com a Argentina foi assinado e já está em vigor. As alíquotas do IPI foram mantidas até o fim do ano. São fatores que nos fazem ter a convicção que o segundo semestre será melhor que o primeiro", disse o executivo, que aposta em cenário ainda melhor se houver maior oferta de crédito: "Ainda há um cenário de forte restrição ao crédito, que se for minimizado poderá funcionar como catalisador do desempenho".

Para Moan, se o IPI fosse elevado em julho, o panorama previsto para o segundo semestre poderia ser comprometido, pois cada ponto porcentual de aumento do imposto incidiria um aumento no preço de 1,1% e impacto de 2,6% de queda no mercado. "Além disso, a carga tributária, que já é uma das mais altas do mundo, seria ainda maior", revela.

SEM TANTO IMPOSTO NÚMEROS SERIAM MELHORES...

Carga tributária da indústria automobilística brasileira segundo estudo da Anfavea

Depois do discurso otimista de Moan, a Anfavea revelou um estudo que mostra por que a carga tributária é uma das maiores do mundo.

Esse estudo aponta que 28,1% do preço de um automóvel flex, com motorização entre 1.000 cc e 2.000 cc, são de impostos. Esse número é maior, por exemplo, do que os 18% de um veículo similar na Itália, 7% nos Estados Unidos e 9,9% no Japão.

Essa comparação é feita com base na participação dos impostos no preço final ao consumidor, critério diferente daqueles utilizados em outros países, que indicam qual é a carga tributária adicionada ao preço do veículo sem impostos. Neste critério, proposto pelo estudo, a totalidade da carga adicionada a esse mesmo automóvel no Brasil é de 54,2%.

A carga tributária neste patamar, considerando não só o veículo em si mas também a cadeia produtiva e pós produtiva, coloca a indústria automobilística como uma das mais importantes para a economia do país: mesmo com o IPI reduzido em 2013 a geração de tributos do setor naquele ano, segundo estimativas da Anfavea, foi de R$ 178,5 bilhões, o que representa cerca de 12% do total de tributos considerados.

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