Publicado em 16/06/2014
Fonte: Marcos Rozen, para Agência AutoData
Acabou o racha da Anfavea com o Sindipeças. A pedido do governo federal, as duas associações mais importantes da indústria automotiva brasileira se sentarão à mesma mesa para definir um projeto comum de estímulo às exportações, tanto de veículos quanto de autopeças, para fora do Mercosul.
A informação foi revelada à Agência AutoData por Antônio Carlos Meduna, membro do conselho de administração do Sindipeças. Para ele, “não adianta nada a Anfavea ficar horas reunida com o MDIC e a Secex e depois o Sindipeças fazer o mesmo, ambos com pedidos para alavancar as exportações. O governo federal pediu e atenderemos, a partir de um documento único”.
A solicitação do governo federal surgiu durante o processo de negociação da renovação do acordo automotivo, assinado na quarta-feira, 11 de junho, em Buenos Aires – Meduna foi o representante do Sindipeças na negociação e na assinatura do documento.
A primeira reunião dos representantes das duas associações para tratar do tema está agendada para a manhã da próxima terça-feira, 17, em São Paulo. Procurada, a Anfavea afirmou à reportagem que não havia porta-voz disponível para falar sobre o assunto na sexta-feira, 13.
Meduna antecipou que o Sindipeças apoiará a meta da Anfavea de 1 milhão de veículos exportados em 2017, uma das bandeiras da gestão de Luiz Moan. A associação das autopeças, completou, já teve acesso ao projeto do Exportar-Auto, e unirá suas sugestões à proposta da associação das montadoras.
Para ele, “não existe competitividade para exportação de veículos se não houver competitividade das autopeças. O que queremos é garantir essa competitividade conjunta para alavancar os embarques ao Exterior”.
Um dos primeiros prováveis caminhos a seguir, indicou o conselheiro do Sindipeças, será tentativa de unificar as estatísticas de importação e exportação de autopeças, algo que hoje é difuso. Dois exemplos: “Todas as autopeças ligadas à eletrônica embarcada estão agrupadas nas estatísticas da Abinee [Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica]. E a maioria das autopeças utilizadas em maquinário agrícola e de construção fica nos dados da Abimaq. Como vamos identificar oportunidades para estes componentes se sequer constam das estatísticas do setor automotivo?”, questiona Meduna.
Estudo preliminar do Sindipeças aponta que apenas a adição destas autopeças às estatísticas do setor elevaria os índices de negócios em 30%. “Mas nossa expectativa é a de que o volume possa até dobrar.”
De acordo com os dados da associação o déficit na balança comercial de autopeças de janeiro a abril chegou a US$ 3,46 bilhões, em alta de 9,6% na comparação com o primeiro quadrimestre do ano passado. Apesar de retração de 3,5% nas importações no período, para US$ 6,23 bilhões, as exportações caíram bem mais, 16,1%, para US$ 2,76 bilhões.
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