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V Fórum da Indústria Automobilística debate estratégias em tempo de Inovar-Auto

Publicado em 28/05/2014

O evento, realizado pela empresa de comunicação Automotive Business, reuniu cerca de 900 profissionais do setor em São Paulo.

SÃO PAULO - Com o tema “Novas estratégias de negócios em tempo de Inovar-Auto”, a quinta edição do Fórum da Indústria Automobilística reuniu especialistas e executivos de montadoras e da cadeia de fornecedores para um dia de debates sobre os negócios do setor. O programa de palestras e debates desta edição esteve centrado na análise da competitividade do parque industrial local e do impacto do novo regime automotivo.

A redação do blog do Setor Automotivo dos Observatórios SESI/SENAI/IEL participou do evento, que aconteceu em São Paulo, no dia 28 de abril.

Exportar para avançar

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, afirmou em sua palestra durante o V Fórum da Indústria Automobilística, que aumentar as exportações é essencial para o setor automotivo brasileiro.

clique para ampliar>clique para ampliarLuiz Moan, presidente da Anfavea, em palestra de abertura do V Fórum Automobilístico (Foto: Helen Mendes)

Na opinião de Moan, apesar de não ser positivo, o cenário atual não é extremamente ruim para a indústria automobilística nacional. No primeiro trimestre deste ano, o mercado interno teve queda de 2,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior, e permanece como o quarto maior mercado de automóveis do mundo. “Em termos de produtos, esse número representa 18 mil unidades, ou o equivalente a um dia e meio de vendas”, disse.

Já as exportações caíram 32% no primeiro trimestre de 2014 em relação ao mesmo período de 2013. A Argentina é o principal comprador dos veículos brasileiros, responsável por 75% a 80% das vendas de veículos ao mercado externo, e a principal causadora da queda nas exportações.

Mesmo assim, o Brasil se mantém como o quarto maior mercado do mundo. “Porém, há muitos desafios no sentido de reduzir custos, ampliar as exportações, e assim dar vazão à capacidade produtiva brasileira”, disse Moan.

O presidente da Anfavea afirmou que o grande desafio do setor automotivo brasileiro não é apenas permanecer como o quarto maior mercado do mundo no curto prazo, mas sim o de fazer o país subir no ranking mundial de maiores produtores de carros. "Para isso, estamos trabalhando com o governo brasileiro especialmente em políticas de médio e longo prazo, para criação de condições de aumento da produção, ganhos de competitividade, ganhos de produtividade, fortalecimento da cadeia de fornecedores e desenvolvimento da engenharia"

O programa Inovar-Auto já vem rendendo frutos, segundo Moan, que afirmou que o setor de autopeças já teve melhora de 7% no faturamento. Moan defendeu a criação de um sistema de rastreamento de autopeças – que já é previsto pelo Programa Inovar-Auto – como forma de incentivar a produção local e trazer ganhos de tecnologia para o país.

Após o evento, Luiz Moan viajou para Brasília para discutir com o governo medidas para contornar as dificuldades do setor. Na agenda, um dos temas principais seria como retomar as exportações para a Argentina.

A discussão sobre a política industrial é importante para o setor automotivo, e atende à variável 6 (Política Indutrial para o Setor) do estudo "Cenários da Indústria Automotiva: Região Metropolitana de Curitiba 2020".

Localizar ou importar?

Outro destaque do Fórum foi o debate entre executivos de compras das quatro maiores montadoras do mercado nacional no painel “Localizar ou importar: A cadeia de suprimentos em xeque”. Participaram do debate: Edvaldo Picolo, gerente de compras da Volkswagen do Brasil; João Pimentel, diretor de compras da Ford América do Sul; Osias Galantine, diretor de compras da Fiat Chrysler América do Sul e Patrícia Libretti, diretora de compras da GM América do Sul.

O painel contou com uma pesquisa instantânea com os participantes do Fórum, que responderam em sua maioria que as compras das montadoras em sua cadeia de fornecedores instalada no País não cresceram. Ou seja, em quase um ano de Inovar-Auto, a indústria de autopeças ainda não viu aumento de negócios e substituição de peças estrangeiras pelas produzidas localmente.

Todos os participantes do debate afirmaram que suas empresas se esforçam para aumentar o índice de nacionalização das autopeças. Para Galantine, a importação é uma operação complexa, “só vale a pena quando não há escala para produzir localmente”, disse o diretor de compras da Fiat Chrysler, que mantém acordos de longo prazo com fornecedores locais, e tem índice de importação de componentes em torno de 7%.

Patrícia Libretti contou que a GM atualmente tem um programa de nacionalização que inclui projeto de contratos de longo prazo com fornecedores. A executiva da GM não revelou a porcentagem de importação de seus componentes.

Os executivos da Ford e da Volkswagen revelaram que entre 15% e 20% de suas compras são importadas.

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