Publicado em 21/05/2014
Fonte: Camila Franco, para Automotive Business
A Renault, hoje a montadora que oferece a maior gama de veículos elétricos no Brasil (Twizy, Zoe, Fluence e Kangoo), está participando de projetos importantes para transformar a sua cidade sede no País, Curitiba (PR), na capital nacional da mobilidade de baixo impacto ambiental. A partir de junho, a fabricante, que já vendeu 62 elétricos no Brasil, terá dez novos carros zero-emissão rodando pelo município paranaense.
Silvia Barcik, coordenadora do projeto de veículos elétricos da Renault no Brasil, conta a novidade: “A Aliança Renault-Nissan firmou uma nova parceria com a prefeitura de Curitiba, a Itaipu Binacional e a CEIIA (Centro para a Excelência e Inovação na Indústria do Automóvel), de Portugal, para ampliar a frota de carros zero-emissão na cidade. O projeto Curitiba Eco-elétrico compreende, em sua primeira fase, a utilização de cinco unidades do Zoe, três do Kangoo ZE e duas do Twizy nas ruas, parques e praças de Curitiba a partir de junho, durante a Copa do Mundo, para suporte às atividades culturais, de ronda e patrulhamento local.”
Ainda segundo a executiva, a fabricante tem outros planos no Paraná em prol do meio ambiente. Após esta primeira fase do projeto Curitiba Eco-elétrico, a Renault espera fechar novas parcerias com empresas privadas, como correios e hotéis, para circulação de mais carros elétricos e híbridos por lá.
“O nosso objetivo é ampliar a eletrificação na cidade, incluindo até o uso de bicicletas e motos elétricas, como uma das soluções para diminuir o impacto da poluição. Em outra etapa, vamos otimizar o uso das baterias, instalar novos postos de recargas e firmar novas parcerias. Nosso intuito é de que até 2020 a cidade de Curitiba tenha infraestrutura para que qualquer pessoa, não só de empresas, possam ter acesso a meios de transportes que impactem o mínimo o meio ambiente. Curitiba está se empenhando para se tornar referência nacional”, explica Silvia.
O papel dos combustíveis alternativos e renováveis é uma das variáveis presentes no estudo "Cenários da Indústria Automotiva: Região Metropolitana de Curitiba 2020".
SMART GRID
Já em andamento, a Renault apoia o “Smart Grid”, um avançado projeto-piloto de redes inteligentes de energia elétrica. Idealizada pela Copel (Companhia Paranaense de Energia), a iniciativa combina uma série de inovações tecnológicas que vão reduzir o número e o tempo dos desligamentos na rede elétrica de três bairros curitibanos, medir com mais precisão o consumo de energia, água e gás à distância, descentralizar a geração de energia no município, além de servir de vitrine a várias aplicações que antecipam o futuro da infraestrutura energética nas cidades.
“Com este projeto, que é fruto de investimento de R$ 50 milhões em 2014, a Copel vai revolucionar a forma como lidamos com dados de energia elétrica em Curitiba. Pretendemos alcançar um nível de automação da rede elétrica em que o monitoramento, a identificação e a transmissão de informações tornem o nosso sistema mais eficiente. Hoje, o Brasil perde cerca de 15% da energia gerada, o que daria para abastecer três vezes o Estado do Paraná”, explica Julio Omori, gerente do departamento de manutenção e automação da Copel.
Omori diz que a Copel tende a contribuir para o abastecimento do carro elétrico no Paraná. “O ideal é termos uma rede automatizada, o que será realidade com o Smart Grid, que sinalize qual o melhor momento para abastecermos os nossos veículos. Com medidores automáticos à distância, o proprietário do veículo que recarregá-lo em horários mais críticos, de maior consumo, poderá ter custos mais altos. Mas, caso a bateria de seu veículo devolva energia para sua própria residência, será possível abater as despesas da conta do cliente. Com o uso e monitoramento inteligente da energia, o carro elétrico pode tornar-se realidade”, analisa Omori.
Silvia conta que o aproveitamento da bateria do carro elétrico é um dos temas que já estão sendo analisados. “Ao final de sua vida útil, a bateria perde capacidade de recarregamento e não tem mais potência suficiente para mover o veículo, mas pode ainda servir de fonte para pequenos abastecimentos em residências. O carro elétrico, portanto, pode no futuro vir a ser uma fonte de energia.” A gerente compara: “Para recarregar um automóvel elétrico por uma hora, gasta-se 3,7 kW. Para tomar um banho nesta mesma hora é preciso mais, o equivalente a 5,4 kW.”
SMART ENERGY
Para incentivar novas tendências tecnológicas focadas no tema “Smart Energy” (menor consumo), a Renault patrocinou a Conferência Internacional de Energias Inteligentes, evento realizado de 7 a 9 de maio na sede da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná). O encontro marca a aliança entre a Renault e o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) em busca de pesquisas para o melhor aproveitamento de fontes alternativas de energia de baixo consumo e impacto ambiental.
Ainda no meio acadêmico, a Renault apoiou na mesma semana a Conferência Internacional de Cidades Inovadoras e o Fórum Internacional iCities, ambos com a finalidade de atrair para Curitiba negócios ligados à cidades inovadoras e inteligentes. “Pretendemos desenvolver novas tecnologias no Paraná para produzir diversas formas de energias renováveis, como solar, eólica, entre outras. Vamos fazer da nossa cidade um polo integrado da mobilidade”, afirma Júlio Felix, diretor-presidente do Tecpar.
“Estamos confiantes de que o futuro do carro elétrico está cada vez mais próximo no Brasil. Mesmo sem o apoio do governo federal, que cobra hoje deste tipo de carro 25% de IPI, a taxa mais alta, a demanda das empresas por eles só tem crescido, como a da Itaipu Binacional, que montará 32 unidades do Twizy a partir do início de 2015 e pretende contar com novos modelos futuramente. A Aliança Renault-Nissan lidera este segmento e desde que comercializou os primeiros modelos, em 2011, viu mais de 100 mil deles serem entregues no mundo, sendo mais de 19 mil da marca Renault. Estamos investindo € 4 bilhões e continuaremos a apostar alto, possivelmente com novos modelos, neste segmento que cresceu 83% de 2012 a 2013”, conclui Carlos Aparecido dos Santos, responsável pelo programa de elétricos da Renault na América.
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