Publicado em 21/03/2014
A Norgren, fabricante de autopeças de controle de fluidos, como válvulas e conectores, tem planos ambiciosos para o Brasil. A companhia recebeu da matriz inglesa o desafio de duplicar o faturamento da operação local em quatro anos. Sem detalhar números, a companhia aponta apenas que a região tem participação de 5% a 10% na receita global da organização.
Além do setor automotivo, a fabricante atua em automação industrial, equipamentos médicos e ferroviário, entre outros. Ainda assim, o fornecimento de componentes para veículos comerciais é o negócio principal, respondendo por cerca de 50% das vendas no Brasil, sendo que em torno 75% vão direto às linhas de montagem de caminhões e 25% são fornecidos de maneira indireta a fabricantes de sistemas, como eixos e transmissões. Com isso, se quiser cumprir a meta de turbinar o faturamento no Brasil, a Norgren terá necessariamente de lançar estratégia agressiva para ampliar os pedidos no segmento.
O primeiro passo é intensificar as entregas às montadoras. Um dos alvos é a Mercedes-Benz, que pode garantir à companhia o fornecimento de grandes volumes. A empresa já tem contratos com MAN e Ford, os maiores clientes atualmente. A chegada de novas fabricantes no País, como a holandesa DAF, que iniciou produção em Ponta Grossa (PR), e as chinesas Foton e Shacman, que já protocolaram intenção de construir plantas nacionais, também abre oportunidades.
Outro ponto que joga a favor das metas da companhia é a exigência de maior conteúdo nacional nos veículos. Bruno Pinotti, gerente de vendas para a área de veículos comerciais, aponta que a tendência não é motivada pelo Inovar-Auto. “Há uma pressão por nacionalizar causada muito mais pelas exigências para o financiamento pelo Finame/BNDES”, explica. Segundo ele, esse movimento foi intensificado pela subida do dólar diante do real, que aumentou o interesse das companhias por ter mais conteúdo brasileiro para reduzir custos.
NOVOS PLANOS
Mesmo sem revelar o montante a empresa garante que fará investimentos, principalmente em contratações. A intenção é driblar o gargalo de mão de obra qualificada que o Brasil enfrenta e reforçar o time de 250 colaboradores que trabalham na planta nacional da companhia em São Paulo (SP). “Está difícil contratar. Por isso queremos oferecer mais benefícios e desenvolver políticas para reter talentos”, conta Ricardo Rodrigues, presidente da Norgren na América Latina e Brasil.
Há ainda a possibilidade de que a Norgren adquira outras empresas para acelerar sua ampliação. “Crescer organicamente é muito difícil no Brasil”, avalia o presidente. Segundo ele, a matriz empresa reconhece a lucratividade do mercado nacional, mas cobra por taxas de crescimento mais robustas e por isso impôs a meta desafiadora para os próximos anos.
Com foco neste objetivo a companhia estuda ainda a entrada no aftermarket. Rodrigues acredita que o segmento oferece oportunidade de garantir margens maiores, já que não há a pressão por redução de custos das montadoras. Apesar disso, Pinotti lembra que o mercado de reposição traz forte concorrência com autopeças importadas.
Fonte: Giovanna Riato para Automotive Business
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