Publicado em 15/01/2014
Essa perspectiva tem como pano de fundo um cenário mais adverso, com o fim da alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, aumento dos juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que facilita a compra de bens de capital como caminhões, e pressão das siderúrgicas por ajustes no preço do aço.
Apesar disso, o presidente da entidade, Luiz Moan, atribuiu a previsão menor de crescimento da produção à menor quantidade de dias úteis em ano de Copa do Mundo, e argumentou que as montadoras que construirão novas fábricas no país contarão com cotas de importação "bastante significativas", o que contribuirá para o menor avanço da produção doméstica.
Em 2013, a produção de veículos no país subiu 9,9 por cento, a 3,74 milhões de unidades, enquanto as vendas caíram 0,9 por cento, a 3,77 milhões de unidades, na primeira queda anual desde 2003.
Segundo Moan, a queda nas vendas foi explicada em parte pela menor oferta dos bancos para financiamento automotivo.
"Parte da queda se deve à seletividade (sobre concessão) do crédito", acrescentou. "Tenho convicção que em 2014 o estoque de crédito vai aumentar entre 4 e 5 por cento, estimulando nossa atividade", disse Moan a jornalistas nesta terça-feira.
Segundo a Anfavea, a disparidade entre produção e vendas no mercado interno foi compensada pelo aumento de
26,5 por cento das exportações, para 445,2 mil unidades.
Agora, o ritmo de fabricação e venda
de veículos deve se alinhar em 2014.
Por outro lado, as vendas devem voltar a crescer, com a liberação de crédito para financiamento de veículos. A expectativa da Anfavea é que haja um aumento de 1,1 por cento nos licenciamentos em 2014.
No começo de 2013, a Anfavea previa para o ano um crescimento de 4,5 por cento nas vendas. Depois, reduziu em setembro a expectativa para um aumento de 1 a 2 por cento, previsão que não se confirmou mesmo após o governo ter estendido a validade de IPI menor para compra de veículos.
Os dados desta terça-feira confirmam os divulgados pela Fenabrave, que representa as distribuidoras de veículos. A entidade informou na semana passada que as vendas de carros e comerciais leves chegaram a 3,58 milhões de unidades em 2013, queda de 1,5 por cento ante o ano anterior.
Moan disse ainda que o Brasil deve ter capacidade de absorver a produção de 4,7 milhões de veículos novos em 2017, chegando perto de 5 milhões de unidades no ano seguinte.
Embora a produção de veículos tenha ficado no campo positivo no resultado anual, em dezembro houve
queda de 18,6 por cento sobre novembro e recuo de 12,1 por cento sobre igual período de 2012, com a fabricação
de 235,9 mil veículos.
Já o apelo de um IPI mais baixo para a compra do carro novo --benefício que
valeu até o último dia do ano-- contribuiu para elevar em 16,8 por cento as vendas ante novembro, a 353,8 mil
unidades. Mas na comparação com dezembro de 2012, os licenciamentos caíram 1,5 por cento.
As principais montadoras aceleraram as vendas ante novembro. A Fiat se manteve como líder nas vendas de automóveis
e comerciais leves, com licenciamento de 65.197 veículos no mês, seguida por Volkswagen e General Motors, com
61.920 e 61.210 veículos vendidos em dezembro, respectivamente.
Em quarto lugar no ranking ficou a Ford, com vendas
de 31.493 veículos, seguida pela Renault, com 25.830 unidades.
Fonte: Marcela Ayres, Reuters
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