Publicado em 09/12/2013
2013 ainda não acabou, mas a Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, já tem o que comemorar quando o assunto é máquinas agrícolas e de construção. Em reunião com a imprensa na quinta-feira, 5, Luiz Moan, presidente da entidade, informou que o segmento teve nos onze meses de 2013 a melhor produtividade dos últimos três anos. De janeiro a novembro, foram fabricadas no mercado interno pouco mais de 94 mil máquinas (8,3 mil só em novembro), volume superior ao dos doze meses de 2010, que tinha sido o melhor dos últimos anos, com 88,9 mil unidades.
O que explica este resultado, segundo Milton Rego, diretor da Anfavea, é a renovação das frotas. “Em 2013, o agricultor aproveitou os juros mais baixos do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), do BNDES, para levar mais tecnologia ao campo. Foi um ano excepcional, sem problemas climáticos e de sanidade, e seus resultados não se repetirão em 2014”, afirma o diretor.
Rego concorda que há motivo para celebrar: “Estamos com um crescimento acumulado de quase 20% nas vendas internas em relação a 2012, para mais de 77,2 mil equipamentos. Na comparação de novembro deste ano com o do ano passado, a alta foi de 2,4%, chegando a 6 mil unidades.”
Contudo, o executivo salienta que também há com que se preocupar: “Os volumes de vendas poderiam ter sido melhores em novembro se as novas taxas do PSI Finame para 2014 já tivessem sido anunciadas. Tivemos neste último mês uma queda de 17,6% sobre outubro. Sem está definição o segmento é muito prejudicado.” Mais de 90% das máquinas vendidas no Brasil são financiadas pelo programa.
“O BNDES estipula que os pedidos de equipamentos sejam inseridos em seu sistema até o dia 13 de dezembro para programar os desembolsos efetivos. Mas os agentes financeiros precisam de um prazo de um mês para fazer este processo e tê-lo aprovado. Isso significa que desde 30 de novembro não conseguimos aprovação dos financiamentos porque não sabemos qual será a taxa vigente a partir do mês seguinte, que já será o início de 2014”, explicou Moan.
“Estamos satisfeitos com os resultados atingidos até agora, mas preocupados com este e os próximos meses. Apesar de receber os pedidos, eles não podem ser processados”, disse Milton Rego. “Sem o anúncio da nova taxa, que deve ocorrer nos próximos dias, não saberemos o nível de encomendas para dezembro e também para janeiro”, completou Moan.
O diretor da Anfavea acredita que a nova taxa do PSI deverá ter crescimento pequeno, entre 1% e 1,5%, para 5% a 5,5%.
Enquanto o cenário é de indefinição no mercado interno, as exportações continuam a cair. Em novembro a baixa foi de 18,1% em relação ao mesmo mês de 2012, para 1,4 mil máquinas. No acumulado do ano, a retração é de 5,1%, com 14,6 mil unidades enviadas. Milton Rego diz que o ano deve ser encerrado com pouco mais de 14 mil máquinas exportadas, sem grandes compras da Argentina, o nosso principal cliente.
Fonte: Camila Franco, AB
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