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Ernst & Young aponta desafios do setor automotivo

Publicado em 28/10/2013

Alta competitividade e volatilidade são as principais dificuldades, enfrentadas inclusive pelo Brasil

A Ernst & Young, firma global de auditoria e consultoria, realizou estudo específico sobre os principais desafios a serem enfrentados pela indústria automotiva global, inclusive pelo Brasil, o quarto maior mercado de veículos do mundo.

Em visita anual ao País, Jeffrey Henning, sócio consultor e líder global da Ernst & Young para o setor automotivo, tem mostrado os resultados desta pesquisa para as empresas clientes. Automotive Business esteve com Henning durante evento em São Paulo e teve acesso ao estudo, para o qual foram entrevistados, de outubro de 2012 a março de 2013, 20 de seus sócios que lidam diariamente com empresas automotivas globais, a maioria com filial no Brasil. Henning explica que, por meio das respostas, foram identificados os cinco maiores desafios que se estenderão pelo menos até o fim de 2014.

A alta competitividade é uma das barreiras a ser encarada. Os profissionais ouvidos pela pesquisa destacaram que para ser competitivo globalmente, aumentando os lucros e a participação de mercado, é imprescindível ter sucesso nos mercados emergentes, oferecendo produtos específicos para os clientes locais.

Um dos empresários entrevistados declarou: “A companhia tem tido sucesso graças ao avanço na China. É o nosso principal mercado, mas a nossa marca tem crescido 2% a menos do que os outros fabricantes, o que representa uma vulnerabilidade a ser vencida urgentemente.” A Ernst & Young apurou que 35% das vendas globais das cinco principais fabricantes de veículos foram realizados em mercados emergentes.

“Com a incerteza econômica ao redor do mundo e alta volatilidade, os líderes devem lidar não só com a incapacidade de se prever a demanda por veículos, mas também com a intensificação da competitividade. A disputa fica muito mais acirrada”, aponta Henning. A consultoria aconselha os executivos a trabalhar com ferramentas que possibilitem o planejamento operacional de toda a empresa, principalmente da produção, e que ajudem na tomada rápida de decisões.

O líder da Ernst & Young ressalta que a volatilidade é natural do próprio setor, pois a demanda por veículos é diretamente influenciada por fatores externos, como inflação e restrição ao crédito. “Os mercados emergentes, como o Brasil que têm tido sua política industrial moldada, acabam sendo os mais impactados. Mas os países maduros também não são exceção. A Europa, mergulhada em crise econômica, aproveitou 65% de sua capacidade instalada em 2012, cerca de 80% a menos em relação a 2007.”

As regulamentações, por serem específicas para cada país, também dificultam a ação das empresas, que podem ser punidas ou deixam de aproveitar benefícios por falta de conhecimento.

Henning observa que o Brasil não é o único país com uma política industrial própria. Outros países em desenvolvimento também têm, como China e Rússia. “É lei. Temos de seguir, mas é muito complexo entender todas as regulamentações de cada mercado e, por consequência, planejar os investimentos e operações em nível global.”

A escassez de mão de obra qualificada também paira sobre o setor. Na visão de Henning, há dificuldade de se contratar pessoas com habilidades certas para os mercados certos.

“Precisamos de profissionais que pensem globalmente, que consigam enxergar as necessidades de toda cadeia produtiva de forma a não faltar autopeças e insumos e a não sobrar veículos montados nos pátios”, aponta.

Segundo a pesquisa, 65% dos entrevistados disseram ter problemas para encontrar talentos com habilidades específicas em todo mundo, principalmente engenheiros. A situação está ainda pior nos mercados emergentes. Na China e na Índia, essa escassez foi citada por 84% dos pesquisados. No Brasil, 81%.

Com o estudo ficou evidente que os desafios ultrapassam os muros das empresas. Líderes globais têm de ter em mente as necessidades e anseios de seus clientes.

“Os consumidores de veículos têm exigências diferentes. Enquanto a maioria dos clientes de mercados jovens não podem pagar por produtos premium, muitos dos clientes jovens de mercados maduros não querem comprar um carro caro. É preciso desenvolver um portfólio específico para cada país a fim de atender o preço e o conteúdo desejados.”

Henning diz que só há uma fórmula para conhecer as necessidades dos clientes: aproximar-se dos mesmos com uma marca atraente.

“O carro tem de ser atrativo para pessoas de qualquer lugar do mundo. Os fabricantes não devem se preocupar apenas em produzir e vender os seus modelos, mas também em analisar como eles serão usados em integração com outros meios de transporte. Os executivos são responsáveis por dar sentido à existência do automóvel. E investir em mobilidade é fundamental para garantir a sustentabilidade do negócio.”

A Ernst & Young aponta que 32% dos trajetos pelas principais cidades mundiais serão percorridos em 2025 com transporte público. Em 2005, os ônibus e trens tinham uma participação bem menor nos transportes das pessoas, de 16%.

Henning enxerga todas essas dificuldades na indústria brasileira, mas diz que o Brasil poderá ter vantagem com o Inovar-Auto, o novo regime automotivo que incentivará a produção local de autopeças. “É uma política natural, como outras semelhantes que já foram adotadas por outros países. Acredito que não prejudicará a competitividade, mas forçará diferentes partes da cadeia produtiva a traçar novas visões estratégicas, o que é bom para impulsionar a inovação.”

De acordo com outro levantamento realizado este ano na América Latina, com Brasil, México, Colômbia e Argentina, a Ernst & Young concluiu que a região continua atrativa para o setor automotivo por causa dos acordos de livre comércio e aumento significativo de incentivos do governo. Também contribuem o aumento da população (são 405,5 milhões de habitantes), o investimento contínuo em infraestrutura e o interesse do governo em incentivar a produção local de autopeças.

A consultoria prevê crescimento de 6,88% na produção de veículos leves na América Latina ao longo dos próximos quatro anos, passando de 7,3 milhões para 9,6 milhões de unidades em 2017. As vendas (70% dos veículos comercializados na região são financiados) deverão crescer 6% no mesmo período.

Consequentemente, os fabricantes de veículos leves verão mudanças rápidas em suas operações, envolvendo regulamentações, competitividade e canais de fornecimento.

Os desafios apresentados pelo levantamento da Ernst & Young fazem parte das variáveis compostas pelo trabalho Cenário da Indúatria Automotiva, Região Metropolitana de Curitiba. Destaca-se assim as variávies 01 - Comércio Internacional do setor automotivo, 06 - Política Industrial para o Setor, 08 - cadeia de suprimentos e 19 - mão de obra qualificada.  

https://www.fiepr.org.br/observatorios/automotivo/uploadAddress/Cen%C3%A1rio%20da%20Ind%C3%BAstria%20Automotiva%20-%20RMC%202020%5b31411%5d.pdf

Fonte: Camila Franco, AB

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