Publicado em 03/10/2013
A Mercedes-Benz anunciou investimento para voltar a fabricar automóveis no Brasil. A planta de veículos de passeio da companhia deve ser erguida em Iracemápolis (SP), município próximo a Limeira, a 153 quilômetros da capital. Para oficializar o projeto, a companhia convocou coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, que deve acontecer em seguida à assinatura do protocolo de intenções com o governador do Estado, Geraldo Alckmin. O convite aos jornalistas aponta apenas que a companhia “anuncia a sua estratégia para o futuro no Brasil”, sem confirmar a divulgação do plano para a nova fábrica.
Durante o Salão do Automóvel de Frankfurt, Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz no Brasil, confirmou
que a companhia voltaria a produzir automóveis nacionalmente (leia aqui). Segundo ele, os estados de São Paulo
e de Santa Catarina disputavam o investimento. Após intensa negociação, a montadora assinou protocolo
de entendimento com o Sindicato dos Metalúrgicos Limeira e Região no fim da semana passada.
Em entrevista
ao Jornal de Limeira, o diretor da entidade, Wilson Cerqueira, aponta que o acordo trabalhista era o último empecilho
para que a Mercedes optasse por se instalar no interior paulista. "Durante as negociações fomos informados pela
empresa que todos os outros itens haviam sido decididos em prol de Iracemápolis: impostos, topografia, fornecedores,
escoamento de produção. O último seria o acordo sindical", disse Cerqueira à publicação.
A nova planta da Mercedes no Brasil deve entrar em operação em 2015 para produzir o utilitário GLA. Outros veículos estão em estudo, como o sedã CLA e o Classe C. A operação deve gerar 1,1 mil empregos diretos.
A fábrica vai se enquadrar na categoria do Inovar-Auto para empresas de baixo volume, com capacidade produtiva de até 35 mil unidades por ano e índices de nacionalização menores do que os previstos para plantas de grande produção. Os planos de investimento da BMW e da Audi se encaixam nessa mesma categoria do novo regime automotivo.
O investimento da Mercedes-Benz será semelhante ao anunciado pelas concorrentes. O aporte deve ser ordem de R$ 600 milhões, já que, para garantir a inscrição no Inovar-Auto, a companhia precisa aplicar ao menos R$ 17 mil em ativos fixos por cada unidade prevista de capacidade produtiva.
Assim que a companhia anunciar o investimento e se inscrever no novo regime automotivo, ela poderá importar 50% da capacidade produtiva prevista sem o adicional de 30 pontos no IPI. Dessa forma, caso a fábrica tenha potencial para 35 mil automóveis por ano, a empresa poderá trazer do exterior cerca de 17,5 mil unidades anuais até que a planta entre em operação. Pelas regras do Inovar-Auto, metade desse volume entra no País sem a alíquota majorada. Para importar a outra metade, a empresa precisa pagar a tributação adicional, que será recuperada quando a planta nacional entrar em atividade.
Fonte: Alexandre Akashi, AB
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